O número de casos de caxumba é três vezes maior em seis meses deste ano em Campinas, que em todo o ano passado, segundo dados da Secretaria da Saúde.
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De acordo com o órgão, até a primeira semana de julho, foram registrados 308 casos em 51 surtos da doença, contra os 93 casos confirmados de 2015 em 21 episódios de surtos.
No ano passado foram notificados oito casos por mês, em média, da doença. Neste ano, a média saltou para 51.
“A gente tem verificado um aumento, que se deu especialmente nos meses de abril, maio e junho”, disse a coordenadora do programa de imunização da Secretaria da Saúde, Valéria Mello Jardini.
“Na verdade, trata-se de um surto que começou no ano passado”, acrescentou ela
De acordo com a coordenadora, só em junho, o órgão procedeu 12 bloqueios vacinais numa tentativa de romper a trajetória de evolução da doença.
As ações se deram prioritariamente nas escolas e faculdades, já que a população mais suscetível é o jovem e o adulto jovem.
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Durante os bloqueios deste ano, foram realizados 16,3 mil doses, contra nove mil de todo ano passado. A coordenadora diz que esse grupo é mais vulnerável pois até 2004 a maioria das crianças recebia apenas uma dose da vacina ou nem isso.
De acordo com a secretaria, o que tem sido observado é que neste grupo, existe um número grande de suscetíveis, ou seja, pessoas sem nenhuma dose da vacina. Segundo Jardini, a cobertura vacinal entre as crianças em Campinas está dentro dos parâmetros. A criança toma uma dose aos 12 meses (tríplice viral: sarampo, caxumba, rubéola) e um reforço aos 15 meses (tetra viral: sarampo, caxumba, rubéola, varicela).
A doença
A caxumba é mais comum no final do inverno e início da primavera, mas ocorrem casos fora desta época. É uma doença considerada benigna, comum na infância e que tem uma alta transmissibilidade.
Para evitar a transmissão, a pessoa tem que ficar afastada de suas atividades de grupo por cerca de dez dias.
Valéria Jardini afirma que surtos de caxumba entre escolares ou em outros locais com agrupamento de adultos e adolescentes, mesmo com altas coberturas vacinais, têm sido verificados não somente no Brasil, mas em outros países da América do Norte e Europa. “Não é um fenômeno apenas local”, adverte.
A caxumba não é doença de notificação obrigatória.