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Roubo de bicicletas aumenta 37% em dois anos na capital paulista

Seja por lazer ou como meio de transporte, quase todo dia, a modelo Tauanna Maia, 24 anos, passa de bicicleta pela avenida Sumaré, em Perdizes (zona oeste), uma das regiões com maior registro de roubos e furtos de bike na capital. Há dois meses, porém, ela entrou para a estatística.

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“Parei no semáforo, às 21h20, e dois meninos me puxaram da bicicleta e saíram pedalando”, lembra.

Além de registrar o caso na polícia, Tauanna fez mais para tentar recuperar a bike: “Escrevi um post em vários grupos de ciclistas do Facebook contando meu caso”. Deu certo. Um mês depois, outro ciclista encontrou o objeto jogado em uma avenida na zona norte.

O caso da modelo está longe de ser algo isolado. Desde 2014, o número de furtos e roubos de bicicleta na capital cresceu 37,4%, segundo dados da SSP (Secretaria da Segurança Pública) obtidos pelo Metro Jornal por meio da Lei Federal nº 12.527 (Lei de Acesso à Informação).

De janeiro a abril de 2014, a capital registrou 480 casos. No ano seguinte, o número cresceu para 546 em igual período.  Este ano, os casos  explodiram: 669.

Para Rene Fernandes, diretor da Ciclocidade (Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo) e pesquisador  em politicas publicas da FGV (Fundação Getúlio Vargas), o aumento é fruto de múltiplos fatores.

“Primeiro, há uma mudança no cenário econômico, com a crise recente. Depois, a bicicleta em si é um objeto fácil de roubar, ao contrário de um carro que pode ser rastreado, por exemplo. Com maior dificuldade de inserção das pessoas no mercado formal e informal, cresce a quantidade de ‘crimes fáceis’”, explica.

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O técnico de eletrônica Murilo Grancieri, teve sua bike facilmente furtada há um ano, enquanto almoçava em um restaurante no centro.

“Prendi a bicicleta com uma corrente e quando saí, não estava lá.” Murilo não teve a mesma sorte de Tauanna, pois nunca recuperou a bike. A partir daí, ele mudou seus hábitos: “Não deixo mais minha bicicleta presa na rua e mudo minha rota para o trabalho todo os dias.” 

ciclista arte

Redes sociais viram aliadas

Com o post, a modelo Tauanna Maia percebeu que não estava só: “Durante semanas outros usuários comentavam que tinham passado por situação igual. Muitos casos aconteceram na Sumaré, na Paulista e na Marginal Pinheiros”.
Há uma troca de informações nas redes: “Quando fui assaltada me falaram para imprimir fotos da bike e levar em bicicletarias. Sempre me marcam em publicações e falo da importância de fazer o Boletim de Ocorrência, por exemplo”, disse.

Polícia diz fazer operações de combate

A SSP (Secretaria do Estado da Segurança Pública) informou que a Polícia Civil realiza operações de combate aos crimes contra o patrimônio, que inclui roubos e furtos de bicicletas. Entre janeiro e maio de 2016, segundo a SSP, foram realizadas 16 mil prisões em flagrante.

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