Com a incerteza como regra, os deputados se preparam para eleger na última semana antes do recesso o novo presidente da Câmara. Uma queda de braço entre líderes e o presidente interino, Waldir Maranhão (PP-MA), colocou dúvida até na data da eleição. As lideranças querem ir às urnas amanhã. No último suspiro no poder, Maranhão confirmou que o pleito será na quinta-feira. A definição deve sair nesta segunda.
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Não é somente o procedimento que tornou-se um incógnita. Com apoio incipiente, seis deputados lançaram a candidatura oficialmente e contam com traições para se alçar ao mandato-tampão, que durará pouco mais de 200 dias, até 1º de fevereiro de 2017.
Para afastar o ímpeto dos ‘azarões’, os pré-candidatos apontados como favoritos passaram o final de semana ao telefone tentando viabilizar a candidatura para chegar à disputa com chances reais de vitória.
Rogério Rosso (PSD-DF) é apontado como nome mais forte. Ele é visto como um candidato de Eduardo Cunha, apoio que pode fazer a diferença na escolha dos colegas na votação secreta.
Por conta disso, o ‘Centrão’, formado por 13 partidos, busca ter um plano B. Fernando Giacobo (PR-PR) é um nome que agrada a maioria dos parlamentares do bloco. Ele já vinha conduzindo os trabalhos, uma vez que o plenário rejeitava Maranhão.
Na outra ponta está Rodrigo Maia (DEM-RJ) que, nos últimos dias, cativou o apoio da oposição – PT, PCdoB e PDT – e se fortaleceu na disputa
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Os três trabalham intensamente nos bastidores, mas só oficializarão a candidatura no prazo final das eleições.
Bancadas divididas
Estima-se que a disputa possa ter até 15 candidatos. O Psol decidirá hoje se lançará candidatura e colocará Jean Wyllys (RJ) ou Luíza Erundina (SP) no páreo. Uma ala do PMDB não aceita fazer acordo e quer candidato próprio. Carlos Marun (MS) e Osmar Serraglio (PR) admitem concorrer.
No PSB, Hugo Leal (RJ) e Júlio Delgado (MG) querem fazer frente a Heráclito Fortes (PI), já oficializado na disputa.
Preocupação
O conflito dentro da base aliada colocou o Palácio do Planalto numa situação delicada. O presidente interino, Michel Temer (PMDB), procurou se manter neutro na disputa e esperava que no último momento um nome de consenso seria construído. O pós-eleições já é visto como um desafio para a recomposição do apoio às propostas do governo.
Por enquanto, porém, a orientação a de que a eleição ocorra logo e se evite, a qualquer custo, que seja empurrada para agosto.