O juiz Sérgio Moro agendou nesta quinta-feira, para o dia 22 de julho, os depoimentos dos ex-ministros Antonio Palocci, Edinho Silva e Guido Mantega no processo da Lava Jato que investiga o “setor de propinas” da empresa Odebrecht.
Os três ex-integrantes do governo Dilma Rousseff (PT), que falarão de São Paulo por videoconferência, estão entre mais de 50 testemunhas chamadas pelas defesas dos réus. Os ex-ministros foram convocados por Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira, que também arrolou a presidente afastada Dilma.
Na última terça, Moro consultou Dilma sobre a possibilidade de depor pessoalmente, por videoconferência ou por escrito, com prazo de 5 dias para manifestação. Até ontem, segundo a Justiça, Dilma ainda não havia dado resposta.
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Os advogados de Odebrecht não especificaram, na apresentação da defesa prévia, por que querem o testemunho de Dilma e dos ex-ministros.
Moro poderia, como fez em outras ocasiões, ter pedido mais explicações sobre a necessidade de ouvir a cúpula petista, mas autorizou os depoimentos sem maiores esclarecimentos.
O elo entre o PT e o setor de propinas da Odebrecht que consta nessa denúncia diz respeito a US$ 3 milhões que a empreiteira pagou ao marqueteiro João Santana, que coordenou campanhas de Dilma e Lula. O ex-tesoureiro do partido, João Vaccari, é réu no processo.
Delator critica financiamento de campanhas
O delator da Lava Jato Ricardo Pessoa, dono da UTC, disse à Justiça por que pagou propinas com dinheiro ‘vivo’. “Político, quando está em campanha, só se preocupa com a receita e não controla a despesa. Isso significa que eles são extremamente desorganizados. Como eles têm muitas despesas pequenas que se somando passam a ser grandes, é mais fácil eles receberem em espécie.” Pessoa disse, porém, que preferia fazer doações registradas, com custo e riscos menores.