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Em gravação, Renan fala em mudar lei da delação premiada, diz jornal

Geraldo Magela/Agência Senado
Renan queria impedir que presos fechassem acordo com a Justiça | Geraldo Magela/Agência Senado

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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi gravado falando que apoiaria uma mudança na lei da delação premiada para impedir que presos fechassem o acordo com a Justiça.

A conversa foi registrada pelo ex-diretor da Transpetro, Sérgio Machado, e divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo. Na segunda-feira (23), outro áudio obtido pelo ex-senador fez com que o Romero Jucá (PMDB-RR) fosse exonerado do cargo de ministro do Planejamento – ele foi gravado conversando sobre um pacto para barrar a Lava Jato.

Em um dos diálogos que teve com Renan Calheiros, Sérgio Machado diz que é preciso passar uma borracha no Brasil. O presidente do Senado responde que é necessário fazer algumas coisas e falar com o Supremo Tribunal Federal (STF). “Primeiro, não pode fazer delação premiada preso. Primeira coisa. Porque aí você regulamenta a delação», afirma.

Ainda sobre o STF, Renan se mostra irritado com a decisão da Corte de manter um réu preso após segunda condenação. Ele também comenta que seria preciso negociar uma “transição” com integrantes do Supremo.

No áudio, o peemedebista revela que foi procurado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), que segundo ele estava receoso com a delação de Delcídio do Amaral (ex-PT-MS).

“Aécio está com medo. ‘Renan, queria que você visse para mim esse negócio do Delcídio, se tem mais alguma coisa’”, narrou.

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Renan se justifica

Pela sua assessoria de imprensa, Renan Calheiros afirmou ao jornal que os «diálogos não revelam, não indicam, nem sugerem qualquer menção ou tentativa de interferir na Lava Jato ou soluções anômalas. E não seria o caso porque nada vai interferir nas investigações.»

Ele se desculpou pela menção a Aécio Neves, justificando que se expressou errado e que o senador tucano estava indignado, não com medo.

O STF, por sua vez, disse que o presidente da Corte, Ricardo Lewandowski, «jamais manteve conversas sobre supostas ‘transição’ ou ‘mudanças na legislação penal’ com as pessoas citadas».

A executiva Nacional do PSDB disse à Folha que vai processar Sérgio Machado, porque classifica como “inaceitável” as acusações sem provas do ex-senador. Aécio Neves, mantendo o postura que teve até agora quando seu nome aparece em citações, classificou as informações a seu respeito como falsas.

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