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Somente de março para abril, mais de meio milhão de brasileiros (500 mil) foram inscritos nos cadastros de restrição ao crédito. Segundo dados do SPC Brasil, são mais de 59,2 milhões inadimplentes no país, o que representa 39,9% da população com idade entre 18 e 95. A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, e a diretora do Serasa Consumidor, Fernanda Monnerat, dão dicas de como sair do vermelho.
Organize orçamento
O primeiro passo é o controle de orçamento doméstico. Liste todas as entradas, como salários e ganhos extras, e todas as saídas, desde água, luz até o empréstimo. “É importante para saber qual é a sua real situação”, afirma Fernanda.
Corte gastos
Para Marcela, quem está endividado precisa começar a pensar na sua situação financeira e ajustar o padrão de vida de forma preventiva. “É o caso, por exemplo, de revisar o pacote de comunicação. Muitas vezes, os consumidores não usam metade do contratado”, diz. Outra dica é trocar o cinema pelo streaming. Já o inadimplente, com dívidas em atraso, deve fazer mais sacrifícios. “Cortar pacotes de comunicação e procurar passeios mais gratuitos”, sugere.
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Tamanho do rombo
A diretora do SerasaConsumidor diz que, a partir desse primeiro exercício, será possível verificar a situação das finanças para negociar a dívida. “É preciso saber o tamanho da dívida, os juros cobrados para avaliar o quanto consegue assumir de parcela”, afirma.
A economista-chefe do SPC Brasil acrescenta que é importante o consumidor dar o primeiro passo da negociação, mas é fundamental olhar sua situação financeira. “Se você não sabe se cumprirá com a proposta, vai atrasar o pagamento e queimar o filme”, diz.
Estabeleça prioridades
As primeiras dívidas que devem ser negociadas são aquelas com juros mais elevados. “São esses juros que corroem a renda. É o caso do cartão de crédito e do cheque especial”, diz Fernanda. Nos casos em que a conta ainda não fecha, Marcela recomenda buscar um crédito consignado ou pessoal, que cobram taxas de 30% e 100% ao ano, inferiores à do cartão de crédito, 450% ao ano.
Fuja de ‘milagres’
Marcela alerta para ofertas de crédito para negativados, que têm taxas de juros de até 900% ao ano. “Um dívida de R$ 1.000 vira outra de R$ 10 mil. Faça tudo com calma”, diz. É preciso ficar atento ainda para empresas que prometem limpar nome sujo. “É bom ficar de olho nessas promessas. Não dá para empresa garantir que limpará o nome”, diz.
Consumidores e empresas podem negociar pela internet
Começa nesta segunda-feira a 3ª Semana Nacional de Educação Financeira com uma série de ações em todo o país para quem deseja renegociar dívidas e limpar o nome. Uma ação conjunta entre a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, o Banco Central, o Sebrae e a Febraban permitirá ao cidadão e ao MEI (Microempreendedor Individual) solicitar a renegociação de suas dívidas com instituições financeiras pela internet, por meio do portal www.consumidor.gov.br.
Para participar, o consumidor ou MEI deve acessar a plataforma, entre esta segunda-feira (16) e 30 de maio, e fazer o seu registro. O banco ou instituição financeira tem o prazo de 10 dias para apresentar uma proposta ou resposta.
O Sebrae e a Serasa também vão oferecer um serviço de renegociação de dívidas pela internet às micro e pequenas empresas. Para participar, o empresário deve acessar o endereço www.limpanomeempresas.com.br.