“Atenção, radar à frente”. Circulando pelo Rio de Janeiro, dificilmente o motorista não encontrará alguma câmera de fiscalização de velocidade ou avanço de sinal vermelho. Em toda a cidade, são quase 950 radares e, até o fim do ano, o número passará de mil. Serão 100 a mais do que em São Paulo, município com uma frota três vezes maior.
Muitos motoristas elogiam, dizendo que a iniciativa é importante para evitar acidentes, justificando que é preciso ter controle, já que, infelizmente, muitas pessoas só respeitam a lei porque tem radar. Outros, porém, criticam, alegando que o excesso de radar é uma “indústria de multas” para arrecadar mais, uma “mina de dinheiro”.
“São radares posicionados de forma estratégica para multar e arrecadar dinheiro, não para realmente coibir as infrações de trânsito. Geralmente, fica numa curva fechada ou atrás de um arbusto”, critica o engenheiro Cláudio Cordeiro.
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O problema maior é quando se encontra um radar que contraria as leis de trânsito, onde não há nenhuma placa indicando a presença dele. A sinalização deve estar, no mínimo, a 100 metros do local. Para piorar, em alguns casos não há nem a indicação da velocidade máxima permitida na via.
“Quando não há sinalização, o perigo aumenta. Pode ser que um motorista que esteja trafegando por essa via saiba do radar. Se ele souber, freia, mas está arriscado a levar uma batida. O que vem atrás, se não souber do radar, pode colidir nele”, afirma Armando de Souza, presidente da comissão de trânsito da OAB-RJ.
A CET-Rio, companhia de engenharia de tráfego da prefeitura, diz que recebe 15 pedidos de implantação de radares por mês e que a cidade teve uma redução de 26% nos acidentes de 2008 a 2015. No ano passado, as multas emitidas pelo município somaram R$ 190 milhões, média de R$ 16 milhões por mês. Valor que deve ser destinado exclusivamente à educação no trânsito.