Os preços de alimentos e de remédios pressionaram e a inflação brasileira voltou a acelerar em abril, acima do esperado, mas no acumulado em 12 meses houve alívio, sustentando as expectativas de corte nos juros básicos mais à frente pelo Banco Central.
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,61% em abril, após alta de 0,43% em março, quando havia mostrado forte desaceleração em relação ao mês anterior. Apesar da aceleração, essa é a menor leitura para abril desde 2013 (0,55%).
Em 12 meses até abril, o índice acumulou avanço de 9,28%, frente a 9,39% em março, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira.
Essa foi a terceira queda seguida no índice acumulado e o segundo mês abaixo de 10 por cento. Mesmo assim, a inflação permanece bem acima do teto da meta do governo para este ano, de 4,5% com tolerância de 2 pontos percentuais.
As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de alta de 0,54% na base mensal e de 9,2% na comparação anual.
Remédios
As principais influências para o resultado de abril do IPCA, apontou o IBGE, foram os grupos Alimentação e Bebidas e Saúde e Cuidados Pessoais.
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Os preços com saúde subiram 2,33% em abril, após alta de 0,78% no mês anterior, representando impacto de 0,26 ponto percentual no índice do mês. A maior pressão foi exercida pela alta de 6,26% dos remédios.
Já o grupo Alimentação e Bebidas, que tem importante peso sobre a renda das famílias, mostrou desaceleração da alta em abril a 1,09%, sobre 1,24% antes, mas ainda assim teve a maior influência sobre o resultado, com 0,28 ponto percentual.