A taxa média de juros do cheque especial atingiu em março a marca 300,8% ao ano. É o maior patamar desde o começo da série histórica do Banco Central, em julho de 1994, ano de início do Plano Real. De fevereiro para março, a taxa subiu 6,9 pontos percentuais.
No mês passado, também bateu recorde o juro do rotativo do cartão de crédito. Com uma alta de 5,2 pontos percentuais em relação a fevereiro, a taxa média ficou em 449,1% ao ano – a maior da série histórica iniciada em março de 2011.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, ressaltou que as duas modalidades de empréstimos devem ser usadas com “muita cautela” devido ao custo elevado. Se for preciso usar, deve ser por pouco tempo para não comprometer a capacidade de pagamento no futuro, disse Maciel. Para quem já está endividado, a recomendação é renegociar a dívida e buscar modalidades mais baratas de crédito.
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A média de juros do crédito para as pessoas físicas ficou em 69,2%, em março, com alta de 1,3 ponto percentual em relação a fevereiro.
Inadimplência
Em março, a inadimplência (considerados atrasos acima de 90 dias) ficou estável em 6,2% para as famílias e subiu 0,1 ponto percentual para 4,9%, no caso de empresas. Esses dados são do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros.
Segundo Maciel, a inadimplência das famílias está “bem comportada” e a das empresas segue em crescimento lento e persistente. Maciel acrescentou que a inadimplência deve crescer, em ritmo lento, nos próximos meses.
No total, o saldo das operações de crédito chegou a R$ 3,160 trilhões em março, com redução de 0,7% no mês e de 1,8% no primeiro trimestre do ano. Desde 2000, o BC não registrava recuo no volume dos empréstimos nos dois períodos.