Brasil

Lula diz estar confiante que ministros do PMDB não deixarão os cargos

O ex-presidente Lula disse, nesta segunda-feira,  que estará em Brasília para tentar evitar uma debandada geral do PMDB do governo. O ex-presidente deu entrevista para mais de 20 veículos de comunicação do exterior em São Paulo.

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Na coletiva, sem a presença da imprensa nacional, o petista afirmou estar confiante que os ministros do partido não vão deixar os cargos. Lula também falou da própria trajetória e reforçou o discurso de que não há motivo para o impeachment de Dilma.

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A Rádio Bandeirantes apurou que o objetivo da coletiva foi dar uma resposta à revista britânica The Economist, que estampou a foto da presidente com a mensagem «hora de ir».

Lula aceita ser conselheiro

Lula, que ainda não pode assumir a Casa Civil devido a uma batalha judicial, disse em entrevista a correspondentes estrangeiros, em São Paulo, que quer participar das decisões do governo da presidente Dilma Rousseff, mesmo que seja na condição de conselheiro.

O ex-presidente disse ter convicção de que pode contribuir com o Brasil e acredita ser possível mudar o humor do país em poucos meses.

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Lula voltou a defender Dilma e disparou contra os apoiadores do impeachment da presidente. «Impeachment sem base legal, sem crime de responsabilidade, é golpe», disse Lula aos correspondentes. «É muito importante não brincar com a democracia.»

Dilma é alvo de pedido de abertura de processo de impeachment que tramita na Câmara dos Deputados e que tem como base as manobras fiscais conhecidas como «pedaladas». Os críticos do pedido de impedimento alegam que isso não é o bastante para configurar crime de responsabilidade.

Lula acusou a oposição a Dilma de impedir que a presidente governe e a mídia de criar um clima de ódio no país, que ele comparou com a situação vivida na Venezuela.

O ex-presidente, que teve conversas interceptadas pela Polícia Federal em meio às investigações da Lava Jato e divulgadas pela Justiça, criticou o que chamou de «Big Brother» nos métodos investigativos da operação e defendeu as ações tomadas durante seu mandato, entre 2003 e 2010, para fortalecer a Polícia Federal e a liberdade de investigação.

Na véspera da reunião do diretório nacional do PMDB que discutirá se o partido desembarca ou não do governo, Lula disse ver com «certa tristeza» a possibilidades de os peemedebistas abandonarem o governo. Para ele, no entanto, ainda é possível um acordo que mantenha a legenda, a maior da base de apoio a Dilma, alinhada ao Palácio do Planalto.

Investigado pela Lava Jato, que apura um bilionário esquema de corrupção na Petrobras, Lula foi alvo da 24ª fase da operação e obrigado a prestar depoimento à Polícia Federal após o juiz federal Sérgio Moro emitir mandado de condução coercitiva contra o ex-presidente.

O ex-presidente é investigado por suspeitas envolvendo imóveis com ligações com empreiteiras que estão na mira da Lava Jato. O ex-presidente rejeita as acusações e nega irregularidades.

Lula tomou posse como ministro-chefe da Casa Civil no dia 17, mas até agora não conseguiu assumir em meio a uma enxurrada de ações espalhadas por diversos tribunais do país.

No Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Gilmar Mendes concedeu liminar suspendendo a posse um dia depois da cerimônia no Palácio do Planalto. O governo e a defesa de Lula recorreram. A questão ainda tem que ser analisada pelo plenário do Supremo.

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