A avenida Paulista, na região central da capital, recebe neste domingo o primeiro grande ato do ano em protesto contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT).
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A expectativa dos organizadores, e também da Secretaria de Estado da Segurança Pública, é a de que o evento deverá se aproximar dos atos realizados em 15 de março do ano passado.
Maior das quatro manifestações nacionais contra o governo em 2015, o protesto reuniu cerca de 1 milhão de pessoas na avenida Paulista, segundo estimativa da Polícia Militar. Em todo o país, o número de participantes foi calculado em 2,2 milhões.
A pauta dos manifestantes, que pedem do fim da corrupção ao impeachment da presidente Dilma e até o retorno dos militares ao poder, ganhou mais elementos nos últimos dias.
A delação premiada do senador Delcídio do Amaral, que implicou Dilma na Lava Jato e Luiz Inácio Lula da Silva como beneficiário do escândalo da Petrobras, além da condução coercitiva e da denúncia crime apresentada contra o ex-presidente, acirraram os ânimos entre os grupos contra e pró-governo.
Para evitar confrontos violentos – e também porque fizeram a solicitação antecipadamente –, o Palácio dos Bandeirantes determinou que apenas os grupos anti-Dilma estão autorizados a protestar na Paulista.
Secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, afirmou que a polícia garantirá a segurança durante os atos e que não haverá contato entre os manifestantes que são contra o governo e possíveis grupos que eventualmente possam ir às ruas para defendê-lo.
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O apelo para que se evite conflitos também partiu da própria presidente Dilma, que fez o pedido a ministros e governadores.
O esquema de segurança na Paulista terá início no sábado, com uma varredura nos arredores. Os policiais ocuparão a região a partir das primeiras horas do domingo, em 12 bases móveis. Por razões estratégicas, a Secretária da Segurança Pública informou que não divulgará o efetivo.
Manifestações ocorrerão em 400 cidades e no exterior
Os protestos contra o governo federal agendados para este domingo deverão ocorrer em todas as 26 capitais dos Estados e também no Distrito Federal.
Até o início da noite de quinta-feira, os principais grupos organizadores, como o MBL (Movimento Brasil Livre) e o Vem Pra Rua, calculavam em pouco mais de 400 as cidades brasileiras participantes.
Partidos que lideram a oposição, mas que não estão oficialmente à frente das manifestações, o PSDB e o DEM estão chamando pelas redes sociais que a população participe.
No Facebook, a foto da capa na página das duas legendas exibia a mesma mensagem: “13/03 Eu vou. Contra a corrupção. Por um novo Brasil.”
As comunidades de brasileiros que vivem no exterior também estão se mobilizando. Há atos previstos em, pelo menos, 12 países (Alemanha, Argentina, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Hungria, Inglaterra, Irlanda, Paraguai, Portugal e Suécia). Em alguns deles, como EUA, Canadá e França, os protestos estão sendo organizados em mais de uma cidade.
Prefeitura de Santo André deve receber manifestantes
Oficialmente, não há confirmação de manifestações contra Dilma no ABC. Porém, na página do MBL (Movimento Brasil Livre) ABC no Facebook há chamamento para movimento anti-Dilma no Paço Municipal de Santo André, às 10h.
Na página do Facebook “Juntos Pelo Brasil”, que tem informações sobre o ato de domingo, há indicação de que o movimento na Paulista receberá caravanas que partirão de Santo André, São Bernardo e São Caetano.
Na internet , manual e ‘dancinha’ fazem sucesso
Nas redes sociais e em aplicativos de mensagens, participantes das manifestações têm feito circular uma lista com regras de conduta e até uma coreografia para executar nas ruas. Para os entusiastas, são formas de protesto. Para os críticos, piada.
O manual, com 19 itens, dá dicas de comportamento e sugere, por exemplo, que os manifestantes não se vistam de vermelho ou preto, para que não pareçam com petistas ou black blocs.
Há recomendação para que não se hostilize a polícia, classificada como “nossa amiga”, e outra que pede que “atitudes suspeitas” sejam gravadas em vídeo.
Já a coreografia, chamada de “Dança Fora Dilma” ou também “Dança do Impeachment” é a mesma que surgiu nos protestos de agosto do ano passado.
O vídeo mais famoso é o que mostra a dança sendo realizada por jovens de Fortaleza, no Ceará – de onde se espalhou para o resto do país. A maior parte da coreografia é feita com os braços para o alto. “Grita forte brasileiro. Fora Dilma, fora Lula, fora PT!».
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