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Delator preso na Lava Jato revela ‘peixes grandes’

Criticada por advogados de réus da Lava Jato, a delação premiada voltou a gerar discussão no início do mês, quando os executivos Otávio Azevedo e Elton Negrão, da Andrade Gutierrez, foram libertados após quase oito meses presos em Curitiba.

A soltura de ambos ocorreu sem explicação pública da Justiça, e o juiz Sérgio Moro suspendeu o processo contra eles citando um “fato relevante superveniente”, sem esclarecer qual é.

Os réus ganharam a liberdade pouco após fecharem a delação. Isso alimentou uma tese defendida por vários advogados, de que as colaborações são um atalho para a soltura e a Justiça mantém alguns réus no cárcere até que resolvam confessar os crimes.

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O Ministério Público Federal costuma rebater a acusação afirmando que a maioria das delações ocorreu com os acusados em liberdade.

Em números, a versão é correta: dos 45 acordos reconhecidos pelo órgão, apenas 16 (35%) foram fechados com pessoas presas – um deles, o dono da UTC Ricardo Pessoa, saiu da cadeia pouco antes de assinar os termos, mas estava detido nas negociações.

Por outro lado, figuras como os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, cinco empreiteiros e o lobista Fernando ‘Baiano’, além dos executivos da Andrade, ficaram sob prisão preventiva por meses até decidirem colaborar.

Os que ainda estão detidos, como o ex-ministro José Dirceu e o empreiteiro Marcelo Odebrecht, tentam a soltura em instâncias superiores da Justiça. Em geral, os tribunais  defendem que a prisão é necessária para evitar interferência nas investigações e para interromper os crimes.

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