
A Polícia Militar (PM) de São Paulo provocou polêmica nas redes sociais ao publicar, em seus perfis no Twitter e no Facebook, a foto de uma criança fardada segurando um par de algemas e um cassetete.
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Publicada na noite de terça-feira (2) com a hashtag #podeconfiarpmesp, a imagem foi bastante criticada no Twitter, onde recebeu 146 curtidas até o fechamento desta matéria. Nas dezenas de comentários, entre os 15 primeiros apenas um era positivo.
«Só faltou colocar um revólver na mão da criança #semnoção, escreveu uma internauta. «Já vem com minispray de pimenta e bombinha de gás lacrimogêneo?», ironizou outro. «Banalização e culto à repressão, deveria ser crime», acrescentou mais um.
No Facebook da corporação, porém, a foto recebeu mais de 4,7 mil curtidas e a aprovação na maioria esmagadora dos 482 comentários.
«Quero fazer uma roupa assim pra minha neta. Linda essa princesa», elogiou uma seguidora. «Deus proteja a todos, linda e invocadinha», concordou um internauta. «Linda futura guerreira e colega de farda», endossou um terceiro.
Questionado se a imagem não associava uma ideia de violência à criança, o capitão Sérgio Marques, do Centro de Comunição Social da PM, afirmou que não via nenhum problema com a foto, em entrevista concedida ao Portal da Band na noite de quarta-feira (3).
«Não tem nenhum tipo de violência, talvez seria assim com a imagem de uma criança com fuzil na mão, em fotos que fazem referência à criminalidade», justificou.
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O capitão também contou que a foto não foi produzida pela corporação, mas enviada à PM pelos pais da criança. «Me sinto honrado quando as famílias mandam», disse.
Marques afirmou ainda que não havia nenhum conflito no fato da PM usar uma criança fardada para uma campanha nas redes sociais.
«A farda representa honra, ordem, disciplina, hierarquia, coragem, lealdade. São valores que estão defasados na nossa sociedade», disse.
Por volta das 12h30 desta quinta-feira (4), a postagem foi apagada de ambos os perfis da PM de São Paulo nas redes sociais.