
O NRF 2016, ou Retail Big Show 2016, da Federação Nacional de Varejo dos Estados Unidos, maior evento de varejo do mundo, que acontece anualmente em Nova York, começou neste domingo e vai até quarta-feira, reunindo um grupo relevante de brasileiros. Ainda não há uma contagem oficial, mas a organização estima cerca de 1 mil brasileiros na convenção, que apresenta mais de 540 provedores de soluções para o setor.
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A edição do ano passado teve 33 mil participantes e a expectativa da organização é superar essa marca, em virtude do fortalecimento do mercado norte-americano. Dados do instituto de pesquisa EMarketer preveem que nos EUA em 2016 o varejo alcance a marca de US$ 5 trilhões.
O evento foi aberto com a palestra Os Segredos da Hospitalidade para Chegar ao Sucesso: Cultivando Relacionamentos com Clientes de Hoje. O debate teve a CEO da GENYOUth Foundation, Alexis Glick, e o Presidente e CEO da Choice Hotels, Stephen P. Joyce.
Segundo o CEO da WROI, empresa brasileira do Grupo GS&, Fabio Sayeg, o debate foi uma oportunidade de verificar como um programa de fidelidade que tem diversas parcerias com os varejistas e entende os “millenials” (jovens entre 15 e 35 anos) consegue ter sucesso. De acordo com o executivo, “eles (Choice Hotels) oferecem benefício imediato, incentivando os jovens a terem experiências por meio da hospedagem”.
Brasileiros no palco
Ontem foi dia de palestra de brasileiro no NRF 2016. O destaque foi para a apresentação do diretor geral da GS&MD – Gouvêa de Souza, Marcos Gouvêa de Souza, com o tema: “Os ‘millenials’ querem mais: conceitos do varejo com propósito”.
A apresentação contou com a participação do empresário Rony Meisler, CEO da Reserva, uma das maiores marcas da atualidade brasileira em varejo de moda, que traz em seu slogan: “Somos um amigo e não uma marca!”
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Durante a apresentação, Gouvêa trouxe ao público um número impressionante: os “millenials” representam 2 bilhões de pessoas ao redor do mundo, sendo que metade está na China. E que, cada vez mais consumidores empoderados, eles buscam adquirir marcas que tenham um propósito, uma causa. E com isso, abre-se para o mercado varejista uma série de oportunidade de negócios.
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Em meio ao ajuste fiscal e às dificuldades para conter a inflação e fazer a economia crescer, o governo federal vê no varejo um aliado para tirar o país da crise. O secretário de Comércio e Serviços do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Marcelo Maia, está em Nova York acompanhando uma delegação de empresários e executivos brasileiros no NRF Retail Big Show.
Qual a importância do varejo para a economia brasileira?
O varejo tem importância fundamental. Se avaliarmos pelo ponto de vista da manutenção de empregos, por exemplo, o varejo é o maior empregador privado do país. Afora isso, o varejo hoje representa aproximadamente 15% do PIB nacional e tem ainda um potencial enorme para ter uma participação mais relevante. O desafio passa muito por isso, a população entender que (o varejo) é onde a economia encontra de fato os brasileiros.
Como o senhor avalia a iniciativa dos varejistas brasileiros de buscar diferenciação no NRF Big Show?
Esse ano então torna-se mais especial ainda. A gente continua com delegação extremamente relevante e o momento é muito propício para isso. O momento do varejo é de observar, participar de eventos como a NRF para entender as tendências, o que há de inovação e tecnologia para focar no aumento da produtividade das empresas e no incremento das operações de varejo no país.
A inovação e as melhores práticas podem ser uma saída para crise brasileira?
Tenho certeza disso. Vai ser extremamente positivo ver todas essas experiências de processos, de práticas, de inovação. Se pudermos trazer isso para nossa realidade, isso vai ter uma contribuição enorme para esse ano de 2016.
E essa desconfiança que se percebe no mundo todo em relação ao Brasil?
Temos um processo de ajuste fiscal em curso. Temos um dever de casa muito grande sob o ponto de visto macroeconômico para fazer. Eu acho que o segredo disso está justamente em entender como a economia real pode contribuir para esses ajustes macroeconômicos que temos que fazer. Se conseguirmos unir essas agendas esse ano saímos da crise muito antes do que se imagina.