Após a desocupação das escolas ter sido anunciada na quinta-feira, alunos da escola estadual Fernão Dias Paes, uma das primeiras a aderir ao movimento contra a reorganização da rede, informaram que seguirão ocupando a unidade de ensino. Outras 34 escolas, todas na região oeste da capital, adotaram decisão semelhante.
“Vamos fortalecer a luta e manter algumas escolas ocupadas”, afirmou o representante da Fernão Dias, Allekxander Buniak, 21 anos.
Segundo o estudante, a decisão ocorre devido à desconfiança de que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), retome a reorganização da rede estadual de ensino, que determina que os alunos sejam divididos por ciclos –anos iniciais e finais do fundamental e ensino médio–, resultando no fechamento de 92 escolas.
Na sexta-feira, o tucano voltou a defender a medida, que foi suspensa no dia 4 de dezembro. Segundo o governador, a separação por ciclos irá melhorar a qualidade da educação e evitará a ociosidade de vagas na rede. “Nossa proposta, do ponto de vista pedagógico, está correta.”
Alckmin afirma que usará 2016 para debater o modelo em todo o Estado e buscará implantá-lo na sequência.
A desocupação das unidades foi iniciada na sexta-feira e seria concluída até as 12h de hoje. O texto defendeu a desocupação “não como o fim de uma luta, mas como uma mudança do caráter dela”.
Os estudantes afirmam que ainda irão exigir uma melhora na infraestrutura das escolas e a saída de diretores considerados “truculentos.” Até a noite de ontem, 42 escolas seguiam ocupadas, segundo a Secretaria Estadual da Educação. No auge das manifestações, esse número chegou a 200.
Um ato em defesa da educação e contra a reorganização será realizado hoje, às 17h, no vão livre do Masp, na avenida Paulista.