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Microcefalia avança e governo busca vacina contra zika vírus

Houve aumento de 41% no número de casos suspeitos em relação à semana anterior, segundo o Ministério da Saúde | Ricardo B. Labastier/ JC Imagem/Folhapress
Houve aumento de 41% no número de casos suspeitos em relação à semana anterior, segundo o Ministério da Saúde | Ricardo B. Labastier/ JC Imagem/Folhapress

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Os casos de bebês nascidos com suspeita de microcefalia, uma má-formação do crânio que está relacionada ao surto de zika vírus no país, continuam apresentando uma forte tendência de aumento. O último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, com dados fechados no último sábado, mostrou um aumento de 41% no número de casos suspeitos em relação à semana anterior (veja no quadro no fim do texto). No boletim anterior, a evolução, também no período de uma semana, havia sido de 68%.

A escalada acendeu um grande sinal de alerta no governo, que trabalha em várias frentes para combater o vetor do zika vírus, micro-organismo que começou a circular no Brasil no ano passado.

Esse vetor é o mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue, que costuma prosperar pelo país no verão. Nesta terça-feira, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com governadores para combinar um plano nacional de combate ao inseto.

Nos próximos dias, o Ministério da Saúde deve divulgar um protocolo para atendimento de gestantes com sintomas do zika vírus – que parecem os da dengue – prevendo, por exemplo, mais exames de ultrassonografia.

Vacina pode demorar

Ao mesmo tempo, a pasta quer desenvolver uma vacina contra o zika vírus, mas não espera que ela seja uma solução a curto prazo.

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“Em geral, o tempo de desenvolvimento de uma vacina é longo, pode chegar a 10 anos; mas isso foi muito abreviado no caso da vacina para o ebola, que foi distribuída mesmo antes do fim dos testes clínicos. Não podemos prever o tempo, mas trabalhamos para ter uma vacina para o zika vírus”, disse ontem o diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis do ministério, Cláudio Maierovitch. “Já há pesquisadores entrando em contato conosco para trabalhar nisso e outros, que tiverem ideias, poderão pleitear recursos do governo federal para a pesquisa”, completou.

Mudança no protocolo

Na próxima terça, quando o novo boletim epidemiológico de suspeitas de microcefalia for divulgado, o aumento dos casos não será tão expressivo quanto nas últimas vezes, pois o Ministério da Saúde orientou gestores locais a restringirem o diagnóstico. Agora, para ser caso suspeito, a criança precisa nascer com uma circunferência do crânio de 32 cm ou menos. Até a semana passada, eram 33 cm.

“O novo protocolo é o adotado pela Organização Mundial da Saúde”, afirma Maierovitch. “Sabíamos disso, mas, como estávamos lidando com algo novo, preferimos superestimar, para não deixar nenhum caso passar”, completa ele, que garantiu ainda que bebês que agora estão fora do protocolo seguirão tendo acompanhamento. “Mas as chances de que eles tenham microcefalia são baixíssimas”, afirmou.

Mulheres devem avaliar risco antes de engravidar

A microcefalia é uma doença grave. O governo investiga 19 mortes de bebês relacionadas à doença desde o início do ano. Entre os problemas que ela causa, estão deficiências motoras, cognitivas e respiratórias. Por causa do surto do vírus que está relacionado à microcefalia, principalmente nos primeiros meses de gestação, o poder público aconselha cuidados àquelas que querem engravidar.

“A gravidez deve ser uma decisão madura, da mulher, junto com sua família, levando em conta vários aspectos. A circulação desse vírus é um componente novo nessa decisão”, avalia o diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch.

Segundo ele, a candidata a mãe deve levar em conta fatores como presença de outros casos em sua região e capacidade de se isolar do Aedes. 

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