A discussão sobre abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff deve trazer mais turbulências para a economia – que já vive uma profunda recessão. Diante desse cenário de incertezas, especialistas recomendam que os investidores adotem uma postura cautelosa e evite dívidas.
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Segundo o diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças), Miguel José Ribeiro de Oliveira, o investidor deve manter suas aplicações na renda fixa, o que inclui fundos e títulos do Tesouro Direto. “Evite a Bolsa de Valores. Antes de tudo, espere a turbulência passar”, afirma o economista.
Na sua avaliação, a aceitação da denúncia que pode resultar em um processo de impeachment traz incertezas e a situação da economia pode se agravar. Devido à desconfiança sobre futuro da economia, investidores e empresas podem ampliar os cortes em investimentos, aumentando o desemprego. “A situação é imprevisível”, diz Oliveira.
Para analistas do JPMorgan, há uma visão otimista no mercado, que acredita que o impeachment pode romper o impasse político que impediu que o governo comece a resolver a situação econômica. “Também há uma visão pessimista, que enfatiza que os custos do processo de impeachment são altos, especialmente no curto prazo. Estamos nesse segundo campo”, escreveram em nota a clientes.
Na última quinta-feira, um dia após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitar a denúncia contra Dilma, a Bolsa subiu mais de 3% e o dólar caiu 2,26%. Já na sexta, o Ibovespa caiu 2,23%, a 45.360 pontos, enquanto a moeda norte-americana recuou 0,26%, a R$ 3,7390.