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A presidente Dilma Rousseff quer que as empresas responsáveis pelas barragens que romperam em Mariana (MG) se responsabilizem pelos custos de recuperação das cidades destruídas pela enxurrada de lama e pelo abastecimento de água da região abastecida pelo Rio Doce, contaminado na tragédia, disse uma fonte do governo.
De acordo com essa fonte palaciana, Dilma determinou ao ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, que marque uma reunião com os representantes as empresas Samarco, responsável pelas barragens; Vale e BHP Billiton, que controlam a Samarco. Nesta quarta-feira, Wagner tem uma reunião para tratar do assunto com ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi.
A presidente, tem dito que não é possível o poder público assumir as despesas de reconstrução e manutenção das cidades destruídas por um problema causado por empresas privadas, segundo essa fonte.
Na quinta-feira, uma semana depois do desastre, Dilma irá sobrevoar as cidades de Mariana, onde fica o distrito de Bento Rodrigues, destruído pelo rompimento da barragem, e Colatina (ES), que deve ser ainda atingida pela lama liberada pela barragem e que está descendo o Rio Doce.
Havia a expectativa de que a presidente fosse ao local da tragédia logo depois, ainda no último final de semana, o que não aconteceu. Desde então, Dilma vem sendo cobrada nas redes sociais, mas a presidente queria ter certeza das responsabilidades sobre o acidente antes de viajar à região.
Mais cedo, em uma entrevista depois da abertura da reunião do Conselho Nacional do Meio Ambiente, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que acompanhará Dilma no sobrevoo às áreas atingidas, afirmou que o governo multará as empresas caso seja comprovado que houve negligência no cuidado com as barragens e nos planos de contingência para amenizar os resultados do acidente.
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“Se couber aplicação de multa por parte da área federal, nós aplicaremos, seremos rígidos. Não tem essa história de achar que a pessoa não pune. Vai ter punição. A responsabilidade ambiental é da empresa”, afirmou a ministra, acrescentando que os governos federal e estadual estão estudando a base legal para tomar as providências.
Uma decisão da Justiça de Minas Gerais determinou que a empresa já mantenha o abastecimento de Governador Valadares, uma das cidades banhadas pelo Rio Doce.