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Após quatro dias de intensas negociações, a presidenta Dilma Rousseff ainda não conseguiu fechar o quebra-cabeça da reforma ministerial. As dez pastas que serão extintas e os nomes que vão compor o novo ministério só serão anunciados semana que vem, quando a presidenea retornar dos Estados Unidos. Apesar de conversar com diversos partidos, o desenho da reforma ainda não agradou a todos da base aliada.
No início da noite, Dilma deixou o Palácio da Alvorada em direção à Base Aérea de Brasília. Ela embarca para Nova York, onde participará da Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável e da Assembleia-Geral da ONU. Na semana passada, a presidente informou que anunciaria a reforma até essa quarta-feira (23), antes de viajar para os Estados Unidos.
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De acordo com nota divulgada pelo Palácio do Planalto, Dilma mantém «proveitoso diálogo» com os partidos para realizar uma reforma que «amplie a eficiência» e a «boa gestão dos recursos públicos, bem como assegure a estabilidade política e econômica do Brasil». O comunicado diz ainda que o adiamento da reforma se deve a pedido feito por alguns partidos que integram a base aliada «para que mais consultas possam ser realizadas».
Na manhã desta quinta-feira (24), ela voltou a conversar com o vice-presidente Michel Temer, que também é presidente nacional do PMDB. O partido é o principal aliado do PT na coalizão presidencial e atualmente tem correligionários ocupando seis pastas.
Em mais uma manhã de negociações para a reforma que objetiva a redução do número de ministérios, a presidenta Dilma Rousseff recebeu hoje (24), no Palácio da Alvorada, o vice-presidente Michel Temer e ministros de pastas sociais, entre eles os das secretarias de Direitos Humanos (Pepe Vargas), Geral da Presidência da República (Miguel Rossetto), de Promoção da Igualdade Racial (Nilma Gomes) e de Políticas para Mulheres (Eleonora Menicucci).
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O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, que vem participando das articulações políticas do governo, chegou ao Palácio da Alvorada no final da manhã.
Para a nova composição, Temer foi consultado, mas preferiu não indicar nomes, tarefa que coube às lideranças do partido na Câmara e no Senado. A definição da quota da legenda ainda não foi fechada.
À tarde, Dilma se reuniu com o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva, com o líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO), e com os ministros da Saúde (Arthur Chioro), do Planejamento, Orçamento e Gestão (Nelson Barbosa), das Cidades (Gilberto Kassab) e da Secretaria de Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos.
No esqueleto que está sendo montado, a presidenta pretende juntar diferentes secretarias em um único ministério, como as pastas de Direitos Humanos e de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.
Além disso, alguns ministérios serão fundidos, como Trabalho e Previdência Social, e outros perderão o status, como Advocacia-Geral da União, Gabinete de Segurança Institucional e Secretaria de Assuntos Estratégicos.
Na quarta-feira, Dilma recebeu líderes de partidos que compõem a base. Ela se encontrou com Temer e parte da cúpula do PMDB pela manhã. Em seguida, almoçou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros petistas no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.
Lula aconselhou Dilma a não anunciar a reforma antes de ouvir ainda mais as lideranças políticas e também movimentos sociais. Também estiveram no Alvorada o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e os ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, e do Turismo, Henrique Eduardo Alves.