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O dólar fechou em queda sobre o real pelo segundo dia nesta quarta-feira, com investidores mais animados com a China e devido a movimentos de ajustes após os fortes avanços recentes, mas terminou longe das mínimas do dia em meio ao quadro local político e econômico conturbado.
O dólar recuou 0,51%, a R$ 3,7994 na venda, após cair 1,36%, a R$ 3,7671, na mínima do dia. No acumulado do mês até agora, o dólar ainda acumula alta de 4,75% e, no ano, de 42,9%.
«O cenário externo é positivo, mas o interno é ruim. Qualquer queda (do dólar) faz o mercado ficar com o pé atrás», disse o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa.
Preocupações com a desaceleração da China têm pesado sobre o ânimo nos mercados globais, afetando principalmente mercados emergentes. No entanto, as bolsas chinesas engataram o segundo avanço consecutivo nesta sessão, com investidores apostando em mais medidas de estímulo pelo governo local.
No Brasil, operadores adotaram cautela, diante da avaliação de que a volta das turbulências financeiras é questão de tempo, em meio às perspectivas incertas para o reajuste das contas públicas e para o cenário político.
O reforço da intervenção do BC nesta semana, com realização de leilão de venda de dólares com compromisso de recompra na terça-feira com a oferta de até 3 bilhões de dólares, também permitiu alguma acomodação no câmbio.
Até então, a autoridade monetária havia feito apenas um leilão de linha, no último dia 31, voltado para rolagem e com oferta de até US$ 2,4 bilhões. O BC informou nesta quarta-feira, no entanto, que não vendeu nada naquela operação.
«O fluxo ficou bem positivo em agosto e o dólar estava subindo muito, o que sugere que não havia tanta demanda (pelos dólares oferecidos pelo BC) e que o mercado estava pedindo taxa alta demais», disse o operador de câmbio de uma corretora internacional, que acredita que o BC anunciou o leilão para mostrar que tem «poder de fogo».
Nesta sessão, o BC realizou apenas a continuidade da rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, equivalentes a venda futura de dólares, ao vender a oferta total de até 9,45 mil contratos.
Ao todo, já rolou o correspondente a US$ 2,732 bilhões, ou cerca de 29% do total de US$ 9,458 bilhões e, se continuar neste ritmo, vai recolocar o todo o lote até o fim deste mês.
As perdas do dólar foram limitadas também após o bom humor nos mercados externos perder um pouco de força. O dólar chegou a cair mais expressivamente em relação aos pesos chileno e mexicano, mas passou a operar perto da estabilidade no final da tarde após as bolsas norte-americanas se firmarem no território negativo, azedando o apetite por ativos de risco.
O movimento nos mercados norte-americanos veio em reação à queda dos preços do petróleo e após a Apple anunciar novos produtos, que fizeram as ações da gigante de tecnologia reverterem os ganhos iniciais.
«O otimismo lá fora perdeu força à tarde. Somando isso ao cenário difícil aqui, é difícil sustentar uma queda muito grande do dólar», disse o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.