ANÚNCIO
Ao final da Segunda Guerra Mundial, o número de mortos nos campos de concentração alemães chegou a cerca de 12 milhões de pessoas. Desse total, seis milhões eram judeus, exterminados na chamada solução final de Adolf Hitler.
Entre tantas sepulturas, uma menina holandesa deixou sua marca na história: Anne Frank. Ela e a família passaram dois anos escondidas em um anexo atrás de um armário no antigo escritório do pai em Amsterdã. Lá ela escreveu um diário relatando a vida na clandestinidade. Em 1944, a família foi descoberta pelos nazistas e levada para campos de concentração. Anne e a irmã foram transferidas de Auschwitz para Bergen Belsen e lá morreram pouco antes do fim da guerra, em 1945. O pai, Otto Frank, sobreviveu e publicou o diário.
No mesmo dia em que Anne tirou a foto na escola, imagem que estampa as edições do seu diário em diversas partes do mundo, Nanette Blitz Conig também tirou uma. Elas eram colegas de classe e até bem parecidas. Nanette também foi levada para Bergen Belsen, só que conseguiu sobreviver.
Lá Nanette encontrou Anne pela última vez. Foi a única das amigas sobreviventes que conseguiu ver, conversar e abraçar a jovem de 15 anos pouco antes de sua morte.
Setenta anos depois de ser libertada do campo de concentração, Nanette finalmente encontrou forças para colocar as memórias mais difíceis de sua vida em um livro com o título “Eu sobrevivi ao Holocausto”, que será lançado na próxima terça-feira.
Em entrevista ao “Jornal da Band”, Nanette contou os horrores vividos naquela época, as sequelas deixadas em seu corpo e o medo de estar sozinha no mundo.
ANÚNCIO
Depois de tudo o que sofreu, vivenciou e perdeu, Nanette reconstruiu a vida de forma plena. Casou com o marido, John, com quem completa 62 anos de matrimônio, veio morar no Brasil e construiu uma família. Tem três filhos, seis netos e quatro bisnetas. Mas, apesar do passado estar muito distante na linha da vida, ela tem como missão não deixar que o Holocausto seja esquecido.
“Eu acho que se por acaso, porque é meramente por acaso, a gente sobrevive, tem que ter uma razão, tem que ter uma missão de contar o que realmente existia, em nome daqueles que não voltaram e que não têm mais voz, mas realmente merecem ser ouvidos.”