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Dólar segue em alta e encosta em R$ 3,50, com tensões políticas e econômicas

O dólar subiu pela quinta sessão consecutiva nesta quarta-feira, chegando a R$ 3,50 pela primeira vez em 12 anos, impulsionado por preocupações com o quadro político e econômico do Brasil e com o momento de alta de juros nos Estados Unidos.

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O dólar chegou a ser negociado a R$ 3,5009 na máxima do dia, mas encerrou com alta de 0,72%, a R$ 3,489 na venda, maior nível desde 10 de março de 2003, quando chegou a  R$ 3,525. Em cinco sessões, a moeda norte-americana acumulou alta de 4,8%.

«Para cada motivo que alguém encontra para vender (dólares), tem dez para comprar», disse o superintendente de derivativos de uma gestora de recursos nacional.

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Os investidores continuavam preocupados com a possibilidade de novos golpes à credibilidade do país devido às turbulências políticas.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, afirmou na véspera que a Casa deve votar na quinta-feira as contas de três ex-presidentes, abrindo caminho para eventual deliberação das contas da presidente Dilma Rousseff, ainda em análise no Tribunal de Contas da União (TCU). Um eventual parecer desfavorável do TCU pode dar força àqueles que defendem a abertura de um processo de impeachment.

No exterior, a perspectiva de alta de juros dos EUA no mês que vem contribuía para elevar o dólar em escala global. «Não há dúvida de que o Fed não vai demorar para aumentar juros. Agora, é a hora de o mercado fazer ajustes finos, aumentando ou diminuindo pouco a pouco a chance de (alta de juros em) setembro», disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

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As apostas em alta de juros no mês que vem ganharam força após o índice do setor de serviços do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) atingir em julho a máxima em dez anos. O dado ofuscou a criação de postos de trabalho no setor privada abaixo do esperado no mesmo mês, divulgada mais cedo.

Na véspera, o presidente do Fed de Atlanta, Dennis Lockhart, afirmou que estava pronto para apoiar uma alta de juros em setembro. Nesta sessão, no entanto, o diretor do Fed Jerome Powell disse que o banco central ainda não decidiu se dará início ao aperto monetário no mês que vem.

 

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