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Dirceu é transferido para a superintendência da PF em Curitiba

| Pedro Ladeira/Folhapress
Dirceu deixou o prédio da PF nesta tarde | Pedro Ladeira/Folhapress

O ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, preso na 17ª fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, viaja na tarde desta terça-feira para Curitiba, onde ficará detido na Superintendência da Polícia Federal. O avião que leva o petista deixou o Aeroporto de Brasília por volta das 14h.

Dirceu foi detido na segunda-feira, junto com mais oito. O ex-ministro era o único que ainda não tinha sido transferido para o Paraná.

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José Dirceu foi preso preventivamente na casa dele, em Brasília, na 17ª fase da Lava Jato, suspeito de comandar o esquema de corrupção na Petrobras quando atuava como ministro, de 2003 a 2005, segundo o Ministério Público Federal.

“É evidente que José Dirceu tem um papel importante na indicação de pessoas para a Petrobras. Creio que chegamos a um dos líderes principais, que instituiu o esquema Petrobras e que durante o período como ministro, aceitou que o esquema existisse e se beneficiou do esquema também”, disse o procurador federal Carlos Fernando Lima.

Segundo ele, Dirceu foi beneficiário quando era chefe da Casa Civil. «Queremos mostrar que ele e Fernando Moura [outro preso nesta segunda-feira] foram os agentes responsáveis pela instituição do esquema Petrobras, desde o tempo do governo Lula. Desde aquela época, passando pelo mensalão, pela condenação, pelo período em que ele ficou na prisão. Sempre com pagamentos. Estes são os motivos com os quais está baseada a prisão», explicou Fernando Lima.

O petista já estava cumprindo prisão domiciliar na capital federal desde o fim do ano passado, devido à condenação no julgamento do mensalão.

Ao lado de Dirceu, Fernando Moura é apontado pela força-tarefa da Lava Jato como um dos principais «líderes» do esquema de corrupção. Foi ele quem levou o nome de Renato Duque a José Dirceu.

De acordo com Fernando Lima, a prisão de Dirceu foi decretada porque ele, apesar de cumprir prisão domiciliar, continuava agindo e recebendo recursos. Além disto, acrescentou o procurador, irmão do ex-ministro, também preso na segunda-feira, esteve em várias empresas investigadas fazendo cobrança de pagamento.

Segundo os órgãos que investigam o esquema, diversas empreiteiras, entre elas a UTC, Engevix, Camargo Corrêa, pagaram propina à empresa de consultoria de Dirceu, a JD Consultoria, que funcionava como uma «central de recebimento de propina», de acordo com a Polícia Federal. O ex-ministro teve o nome citado na Lava Jato por delatores por conta de pagamentos recebidos por sua consultoria.

Ainda segundo o Ministério Público Federal, Dirceu era responsável por definir cargos na administração da Petrobras e dessa forma instituiu o esquema de pagamento de propinas na estatal, do qual era um dos beneficiários.

Dirceu teria sido o responsável pela indicação de dois diretores da Petrobras envolvidos no esquema de corrupção bilionário: os ex-diretores de Serviços e de Abastecimento, Renato Duque e Paulo Roberto Costa, respectivamente.

Nova fase da Lava Jato

Na 17ª fase da Operação Lava Jato, foram expedidos 40 mandados judiciais, sendo três de prisão preventiva, cinco de prisão temporária, 26 de busca e apreensão e seis de condução coercitiva. Entre os detidos, além de José Dirceu e seu irmão, está o ex-assessor do ex-ministro, Roberto Marques, conhecido como Bob.

A operação foi batizada de Pixuleco, termo usado pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para pedir dinheiro, segundo depoimento do presidente da UTC, Ricardo Pessoa. Os mandados foram cumpridos em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.

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