O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou neste sábado, em sua conta no Twitter, que a advogada Beatriz Catta Preta – que deixou a defesa de nove investigados na Operação Lava Jato e disse ter abandonado a advocacia após ser ameaçada – deve ser “responsabilizada” caso não esclareça quem seria o responsável pela alegada coação.
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«A sua acusação atinge a CPI como um todo, e a Câmara como um todo, devendo ela esclarecer ou ser responsabilizada por isso. Determinarei à Procuradoria Parlamentar da Câmara que ingresse com a interpelação judicial na semana que vem, independentemente da CPI», disse Cunha . «A mesa diretora da Câmara tem a obrigação de interpelá-la judicialmente para que diga quais ameaças sofreu e de quem sofreu as ameaças.”
A manifestação de Cunha foi a primeira feita após a advogada anunciar que teria sofrido ameaças. Beatriz já havia sido alvo de críticas do presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, Hugo Motta (PMDB-PB), que a acusou de se se vitimizar para esconder “atos ilícitos”.
Beatriz era responsável pela defesa de investigados na Operação Lava Jato, entre eles o o ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo, que em delação premiada acusou Cunha de ter pedido US$ 5 milhões em propina.
No dia 9 de julho, a CPI aprovou um requerimento para convocar Beatriz a falar sobre a origem do dinheiro que recebeu pela defesa dos investigados na operação. A convocação foi condenada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e criticada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, que a autorizou a não falar na comissão sobre seus honorários.