
A Grécia fez propostas de última hora para seus credores internacionais liberarem uma ajuda financeira, mas seus esforços não foram suficientes para salvar o país do calote com o FMI (Fundo Monetário Internacional). É o primeiro país desenvolvido a dar um calote no fundo.
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O prazo para a Grécia pagar € 1,6 bilhão ao FMI terminou nesta terça-feira às 19h de Brasília. O não pagamento, o maior da história do FMI, é equivalente a um calote, o que implica uma violação das obrigações de Atenas.
O porta-voz do FMI, Gerry Rice, afirmou que a Grécia, agora, só pode receber mais financiamento do fundo quando os atrasos forem quitados. Ele confirmou que o governo grego solicitou uma prorrogação de última hora do pagamento, o que a diretoria do FMI irá considerar “no momento apropriado”.
Na tarde desta terça, o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras, do partido de esquerda Syriza, chegou também a pedir o adiamento da dívida por um curto período e propor um socorro de dois anos à União Europeia. O socorro emergencial seria no valor de € 30 bilhões.
Os ministros das Finanças da zona euro rejeitaram uma extensão do programa de assistência à Grécia, mas concordaram em se reunir nesta quarta para discutir as propostas do governo grego.
Se um novo programa de auxílio for concedido, o governo grego se dispôs a fazer campanha pelo “sim” no referendo marcado para domingo (5) ou mesmo cancelá-lo, segundo fontes ouvidas pela Reuters. O referendo servirá para os gregos decidirem se aceitam ou não o acordo proposto pelos credores sobre a dívida grega.
O governo também pediu ao Banco Central Europeu que aumente a remessa de dinheiro aos bancos gregos para assegurar a liquidez do sistema financeiro. Na semana passada, o pedido foi negado.
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Após o encontro, o chefe do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse que era “muito tarde” para estender o atual programa de resgate grego e que o novo plano a ser possivelmente discutido pode impor “condições mais duras” do que anteriormente.
As negociações para evitar o calote duraram cinco meses. Para quitar a dívida, a Grécia tentava desbloquear o acesso a € 7,2 bilhões, última parcela do pacote de € 245 bilhões. Em troca, os credores exigiam medidas de austeridade fiscais não aceitas pela Grécia.