
Um confronto entre a PM (Polícia Militar) e professores que tentaram invadir a Alep (Assembleia Legislativa do Paraná), em Curitiba, deixou 230 feridos.
ANÚNCIO
Por volta das 15h, parte dos manifestantes que eram contra a votação do projeto que mudava a ParanaPrevidêndia forçou a grade que barrava a entrada da Alep.
A polícia reagiu com força, usando bombas de efeito moral, spray de pimenta, gás lacrimogêneo e balas de borracha.
Enquanto alguns deputados e assessores saíam do plenário para ver a situação, um cão da PM atacou o cinegrafista da Band Luiz Carlos de Jesus.
A Secretaria de Segurança Pública afirma que 20 policiais também ficaram machucados no tumulto. Sete pessoas foram presas, segundo balanço divulgado pela Polícia Civil.
Veja também
Cinegrafista da Band é atacado por cão durante protesto em Curitiba
O Centro Cívico de Curitiba virou uma verdadeira praça de guerra. Acuados, os manifestantes se abrigaram na sede da prefeitura. O prefeito Gustavo Fruet (PDT) acionou equipes de saúde, Guarda Municipal e os próprios servidores do prédio para atender os feridos. “Foi uma guerra anunciada. Desde as últimas 48h a gente estava alertando para a força desproporcional, principalmente por parte da polícia”, declarou o prefeito.
ANÚNCIO
O governador Beto Richa (PSDB) defendeu a ação da PM. Em nota, o governo ainda disse que os responsáveis pelo conflito foram “pessoas mascaradas e armadas com pedras, bombas de artifício, paus e barras de ferro”.
O governador ainda defendeu o projeto de lei e negou que o Executivo precise de uma autorização do Ministério da Previdência para modificar o sistema estadual, como afirmaram opositores.
A OAB emitiu nota “repudiando veementemente” a violência.“A PM deve agir para garantir a integridade da população, não para executar o massacre que se presencia no momento”.
O procurador-geral de Justiça, Gilberto Giacoia, determinou que o Ministério Público apure responsabilidades por “eventual excesso na repressão”. O MP já havia enviado recomendação para que a PM garantisse a segurança dos manifestantes.
A Arquidiocese também soltou nota lamentando a violência.
[metrogallerymaker id=»671″]
O secretário da Casa Civil, Eduardo Sciarra, disse, em nota, que a proposta é a melhor opção para a previdência estadual. “A medida é totalmente adequada e não trará nenhum prejuízo aos servidores públicos”, garantiu. Segundo o governo, a expectativa é economizar R$ 1,5 bilhão anualmente.
O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), em nota, não comentou o projeto de lei, apenas informou que a Prefeitura foi evacuada.
Leia a nota na íntegra:
«Cerco no Centro Cívico! Equipes da saúde da Prefeitura atendendo feridos e a rede foi acionada para deslocamentos.
Determinamos a evacuação do prédio da Prefeitura. Servidores liberados.
Crianças estão sendo retiradas das escolas e CMEIs [Centros Municipais de Educação Infantil] da região em razão do tumulto e efeito de gás lacrimogêneo.
Guarda municipal convocada para ajudar no transporte dos feridos, já que as ambulâncias não conseguem chegar à região.
Liberado todo espaço da Prefeitura para acolhimento.
Parece uma praça de guerra!»
Cinegrafista da Band é atacado por cão durante protesto
O repórter cinematográfico Luiz Carlos de Jesus foi atacado por um cão da raça pitbull da Polícia Militar durante a cobertura da manifestação em frente a Assembleia Legislativa do Paraná. Estas imagens foram cedidas pela RPC/Globo.
Segundo o Diretor de Programacao da TV Band Ruy Guissoni, o estado de saúde dele é considerado estável. Ele foi atendido no local e levado para o Hospital de Clínicas onde está sendo medicado. Ele vai passar por uma microcirurgia.