No primeiro trimestre desde ano, o Governo Central – que reúne as contas do Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central – registrou superavit primário de R$ 4,48 bilhões. Esse é o pior resultado para o período em 17 anos, desde 1998. O superavit primário é a economia pública para pagamento dos juros da dívida. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pela Secretaria do Tesouro Nacional.
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O resultado representa uma queda de 65,8% em relação ao resultado do primeiro trimestre de 2014, quando superavit primário ficou em R$ 13,1 bilhões. Em 1998, esse resultado foi de R$ 3,33 bilhões.
Na quinta-feira (30), o Banco Central divulgará um resultado fiscal mais amplo, incluindo, além do Governo Central, as contas dos estados, municípios e empresas estatais.
Março
Em março, o governo registrou superavit primário de R$ 1,463 bilhão. Em fevereiro, houve deficit de R$ 7,4 bilhões.
Apesar de positivo, o resultado é 54,3% inferior ao superavit de março de 2014, que ficou em R$ 3,2 bilhões.
Em março, houve crescimento das receitas do Governo Central, que aumentaram R$ 5,6 bilhões, ou 6,1% em relação a fevereiro, chegando a R$ 97,4 bilhões. Além disso, as transferências da União aos estados e municípios tiveram decréscimo de R$ 6,9 bilhões, ou 31,8%.
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Segundo o Tesouro, a queda decorreu da diminuição em R$ 4,4 bilhões, ou 26,6%, nas transferências constitucionais, reflexo da arrecadação de tributos compartilhados como Imposto de Renda e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Ainda segundo o Tesouro, houve influência, ainda, da queda de R$ 1,8 bilhão, ou 66,4%, das transferências de royalties do petróleo. As despesas do Governo Central tiveram acréscimo de R$ 3,6 bilhões, ou 4,7%, no comparativo entre fevereiro e março de 2015.
No mês passado, as contas específicas do Tesouro Nacional ficaram superavitárias em R$ 8 bilhões, puxando o resultado positivo mensal do Governo Central. Já a Previdência Social e o Banco Central tiveram déficit, respectivamente, de R$ 6,5 bilhões e R$ 42,9 milhões.