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Combate a dengue em São Paulo terá até ajuda da Polícia Militar

A Secretaria de Estado da Saúde anunciou ontem que vai dobrar o número de agentes de combate à dengue -de 500 para 1.000. Além disso, 30 médicos da PM (Polícia Militar) irão se integrar às equipes que combatem a doença.

Até a última sexta-feira, o Estado já confirmou 80.283 casos da doença –70 pessoas morreram. No ano passado inteiro, foram registrados 197 mil casos e 90 mortes.

De acordo com a secretaria, os médicos da PM irão se deslocar pelo Estado para reforçar as equipes de saúde dos municípios em crise. Os novos agentes de combate, responsáveis por ações de prevenção e nebulização, serão encaminhados para as cidades que solicitarem ajuda.

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O secretário estadual da Saúde, David Uip, afirmou que a ação emergencial foi criada focando no auxílio aos municípios que não estão obtendo respostas efetivas no combate e controle da dengue.

O governo também comprará 150 equipamentos para aplicação de inseticidas, 450 kits de proteção e segurança dos agentes, sete novas vans para o deslocamento das equipes e concertará 50 camionetes usadas no transporte de máquinas e inseticidas. O plano terá um custo total de R$ 6 milhões.

A secretaria fechou uma parceria com empresas privadas e com o Sebrae para ampliar os postos de informação à população, com a distribuição de informativos em pedágios e lojas.

As medida terão validade de três meses, segundo Uip, e serão “renováveis a partir das necessidades comprovadas em campo.” O secretário afirmou que o Estado tinha alertado as cidades no segundo semestre de 2014 sobre a hipótese de surto do vírus, já que cabe às prefeituras o controle do vetor e o atendimento dos pacientes. “Cabia aos municípios ter a resposta. Infelizmente, não foi possível. Mas não estou aqui para culpar, e sim, para coordenar e ajudar’.”

Segundo a secretaria, mais de cem municípios já   têm epidemia de dengue -quando a incidência atinge 300 casos para cada 100 mil habitantes.

Dos 645 municípios paulistas, 30 concentram dois terços dos casos confirmados. Sorocaba está no topo da lista com 7.489 casos. Em seguida aparecem Campinas (5.245), Catanduva (4.391) e a capital (3.404).

Área municipal no Jaraguá vira criadouro de dengue

Um terreno abandonado da prefeitura no Jaraguá, na zona norte, se transformou em um criadouro de mosquitos. Os moradores da avenida Aleixos Jafet já fizeram várias queixas à subprefeitura da região, mas o problema não foi resolvido.

“Reclamei na Subprefeitura do Jaraguá diversas vezes, fui em uma audiência pública sobre dengue na Câmara Municipal, e nada mudou”, diz a aposentada Neide Masson, 59 anos.

De acordo com os moradores, há pelo menos cinco anos a área está abandonada, acumulando lixo. Cansados de pedir providências, eles decidiram tentar resolver o problema por conta própria. “Com o aumento da dengue, nós mesmos limpamos e cortamos a grama de parte do terreno.  Mas a área é muito grande e não conseguimos terminar”, diz o funcionário público Benedito Silva, 72 anos.

O Jaraguá é o segundo bairro com maior número de casos de dengue na cidade este ano. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, 191 casos foram confirmados na região entre o início do ano e o final de fevereiro. Apenas a Brasilândia registra mais casos (264).

A subprefeitura diz que a área será limpa  na próxima semana. Também será avaliada a necessidade de nebulização no local. 

E você, já viu o fumacê?

O reforço nas equipes que aplicam inseticida é muito bem-vinda porque, como mostram os números, o trabalho que vem sendo feito tem se mostrado insuficiência para conter a epidemia.

É muito raro  ver veículos fazendo nebulizações, mais conhecidas como fumacê. “Moro no Sacomã, na zona sul, e há muito tempo não vejo o fumacê aqui na região”, diz o técnico em telecomunicações Danilo David.

A Secretaria Municipal da Saúde afirma que o combate ao mosquito Aedes aegypti deve ser um compromisso de toda população. De acordo com a secretaria, o fumacê é a última instância do processo de combate à doença.

A ação geralmente é feita bem cedo, no início da manhã, por isso muitas vezes não percebida pelos moradores da região.

Além disso, a nebulização não elimina os criadouros do mosquito, somente aqueles que já estão no ambiente.

Desde o fim de janeiro, foram realizadas nebulizações veiculares em dez bairros da capital, entre eles Brasilândia e Limão, abrangendo uma área com cerca de 46 mil imóveis. 

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