Delegado da Polícia Federal e um dos responsáveis pelas investigações Lava Jato, Igor de Paula afirma que «não há previsão para o fim da operação». Nesta terça-feira a força-tarefa que desvendou o maior esquema de corrupção da história do país completa um ano.
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O delegado falou com exclusividade à reportagem da BandNews FM nesta manhã. Na entrevista, ele disse que o dinheiro recuperado até agora, cerca de R$ 500 milhões, ainda é uma parcela muito pequena do que foi desviado dos cofres públicos.
Igor de Paula acredita que ainda há muito dinheiro fora do país e reconhece que esta será a parcela mais difícil de rastrear.
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Em um ano, a Lava Jato deflagrou dez fases de investigações e cumpriu mais de 300 mandados de prisões, busca e apreensão e condução coercitiva. A força-tarefa deu origem, até agora, a 19 ações penais contra 82 réus – 11 deles já foram condenados e recorreram da decisão.
Para o delegado, os resultados da operação desmontam «a tese de que os envolvidos em crimes de colarinho branco ficam impunes».
Ele adianta que outras estatais, especialmente da área de energia, também serão investigadas. Enfatiza, no entanto, que o foco se mantém na Petrobras.
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Igor de Paula explica que a Polícia Federal precisa trabalhar com prioridades porque o volume de informações é muito grande. «Se a quipe de 40 agentes fosse triplicada haveria trabalho para todo mundo», diz.
O delegado reafirma que a corrupção na estatal serviu, sobretudo, para abastecer partidos políticos e favorecer empresários e funcionários públicos envolvidos no esquema. A maioria dos envolvidos, ele diz, é suspeita de lavagem de dinheiro, contrabando, sonegação fiscal. Afirma ainda que há envolvidos ligados até com o tráfico de drogas.
Igor de Paula salientou ainda a importância em colher provas fortes para garantir a condenação dos envolvidos.