Um trecho da delação prestada por Eduardo Leite, executivo da Camargo Corrêa preso desde novembro, afirma que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, cobrou mais de R$ 10 milhões da construtora em 2010, na forma de doações eleitorais.
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Este valor, segundo o depoimento de Leite, eram pagamentos ilícitos que a empreiteira devia por contratos anteriores.
Na última segunda, o MPF revelou ter descoberto 24 repasses para o PT em 8 meses, de outubro de 2008 a abril de 2010, para a campanha eleitoral daquele ano. O valor total seria de R$ 4,6 milhões. O partido e o tesoureiro já negaram irregularidades.
Empreiteira devia propina à época das eleições 2010, diz delação | Reprodução
Após denúncias, Vaccari não será afastado do PT
O PT afirma que o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, denunciado nesta terça-feira pelo Ministério Público por corrupção e lavagem de dinheiro, não será afastado do cargo até que seja comprovado o envolvimento dele em irregularidades no escândalo de desvio de dinheiro da Petrobras.
Em coletiva realizada na tarde desta terça-feira (17), o presidente da legenda, Rui Falcão, disse que o bancário também não pediu para deixar a função.
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Na noite de ontem, logo após a denúncia do MP, Vaccari negou qualquer envolvimento com o esquema em nota redigida pelo seu advogado, Luiz Flávio Borges D’Urso, ex-presidente da seção de São Paulo da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
A nota afirma ainda que «Vaccari repudia as referências feitas por delatores a seu respeito, pois as mesmas não correspondem à verdade» e «diz que ele não recebeu ou solicitou qualquer contribuição de origem ilícita destinada ao PT».
Em coletiva de imprensa concedida em Curitiba para explicar a Operação Lava Jato, o Ministério Público afirmou que as delações premiadas foram classificadas como “muito importantes”, mas garantiu que jamais usará só as colaborações nos processos criminais.