
O ministro da Justiça da Itália, Andrea Orlando, afirmou nesta sexta-feira que está acompanhando o caso do ex-ativista Cesare Battisti e que as autoridades políticas do país não desistiram de sua extradição.
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«A soltura de Battisti não distancia a possibilidade de extraditá-lo, necessariamente. Estamos acompanhando com grande atenção os desenvolvimentos do caso. Diante de novos dados, tomaremos novas medidas para conquistarmos uma vontade política clara: entregá-lo à Justiça italiana e fazê-lo cumprir sua pena», disse Orlando.
Battisti foi preso na noite dessa quinta-feira pela Polícia Federal brasileira em Embu das Artes, na Grande São Paulo, onde vive com a sua família. Após passar sete horas na sede da PF, o italiano foi libertado graças a um habeas corpus do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, assinado pelo desembargador Cândido Ribeiro.
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A prisão de Battisti fez parte de uma decisão tomada há 15 dias pela juíza federal Adverci Rates Mendes de Abreu, que justificou a determinação para que ele seja deportado argumentando que o italiano está em situação irregular no Brasil.
De acordo com a sentença, a condenação de Battisti por crime doloso na Itália impede a concessão de visto pelo governo brasileiro. Membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) nos anos 1970, Battisti foi condenado à prisão perpétua pela Justiça italiana, à revelia, por «terrorismo» e envolvimento em quatro assassinatos.
Ele viveu na França e fugiu do país quando teve sua extradição autorizada. Foi para o México e, em seguida, ao Brasil, onde foi preso em 2007. O STF também chegou a autorizar sua extradição, mas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu mantê-lo no país