Os números de casos de dengue na cidade continuam aumentando. Segundo balanço divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde nesta quinta-feira, 1.833 casos foram confirmados até o fim de fevereiro, ante 613 no mesmo período no ano passado. As notificações, que ainda precisam de comprovação, chegam a 7.501. No ano passado, eram 2.581 no mesmo período. Na última sexta-feira, a primeira morte pela doença na capital foi confirmada. Outras duas mortes estão sendo investigadas.
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Mais uma vez, a zona norte teve os maiores índices de infecção, com 976 casos. Os cinco bairros mais afetados pela doença ficam na região.
Mesmo altos, os números não configuram uma epidemia, que se dá apenas quando a incidência atinge 300 casos para cada 100 mil habitantes. No Limão, bairro com a maior taxa da cidade, são 130,4 casos para cada 100 mil.
O secretário-adjunto municipal da Saúde, Paulo Puccini, afirmou que as ações de combate à doença estão sendo intensificadas. Segundo ele, 32 viaturas da Defesa Civil, com sistema de alto-falante estão circulando pelos bairros com maior incidência informando a importância do controle.
A aplicação de inseticida, conhecida como fumacê, também foi intensificada na zona norte.
Brasil
O Ministério da Saúde também divulgou dados sobre a doença nesta quinta. Segundo o balanço, do início do ano até 7 de março, o país registrou 224 mil notificações da doença, ante 85 mil no mesmo período de 2014, um crescimento de 162%. O Estado de São Paulo concentra 55% dos registros (123 mil).
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O número de mortes provocadas pela doença no país esse ano chega a 52, uma queda de 32% em relação aos 76 óbitos do mesmo período do ano passado. No Estado de São Paulo, foram 35 mortes, ante 9 nos dois primeiros meses de 2014.

Vendas de repelente mais que dobram no Estado
Com o aumento no número de casos de dengue, os paulistas estão correndo para se a prevenir, esgotando o estoque de repelentes.
Na Drogaria São Paulo, que tem 480 lojas no Estado, as vendas cresceram 107,53% no primeiro bimestre, na comparação com o mesmo período no ano anterior, segundo o diretor de marketing Roberto Tamaso.
A empresa responsável pelo Repelex não cita números, mas também confirma a alta nas vendas.
Na quarta, o Metro Jornal percorreu 10 farmácias na zona oeste da capital. Em todas, os funcionários afirmaram que houve aumento nas vendas. “Estão comprando muito mais do que antes. O repelente infantil esgotou. Os pais têm medo e compram para os filhos levarem até na escola”, afirmou Getúlio Gonçalves, 23 anos, auxiliar de uma drogaria na rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros.
Em uma farmácia na rua da Consolação, o estoque já acabou. “Muitas pessoas dizem que querem se prevenir da dengue e com isso os repelentes acabaram. Simplesmente sumiram”, disse o atendente da drogaria Rafael Oliveira, 17 anos.
“O medo é tamanho que não importa o preço. As pessoas gastam até R$ 50 a mais para comprar repelentes importados e se garantirem”, afirmou a atendente Marina Lima, 20 anos.