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Um grupo de manifestantes promoveu um ato pacífico em defesa do parque Augusta, na região central de São Paulo, na manhã desta quarta-feira. Entre 6h e 9h30min, havia cerca de 150 pessoas no local. Os manifestantes saíram em caminhada pelas ruas do centro da capital paulista depois de receber ordem da polícia para deixar o local.
Mais tarde, um pequeno grupo chegou a se refugiar em cima de uma árvore em resistência ao cumprimento da ordem de reintegração de posse do terreno. O trânsito ficou bloqueado na Rua Marquês de Paranaguá, onde fica o portão principal do parque, até às 10h.
Ativistas ficaram acampados no parque Augusta por cerca de um mês e meio. Eles foram obrigados a deixar a área após decisão judicial, que determinava reintegração de posse para esta quarta-feira.
O prefeito Fernando Haddad (PT) chegou a sancionar lei aprovada em 2013 pela Câmara transformando o terreno em parque, mas a prefeitura afirma que não tem os R$ 70 milhões necessários para a desapropriação da área.
Nesta terça, representantes da Samorcc, entidade que representa moradores do bairro de Cerqueira de César, tentaram suspender a reintegração na Justiça, mas o pedido foi negado.
Com a desapropriação, as construtoras Setin e Cyrela devem tirar do papel o projeto de três torres e de um parque aberto para a população, mas administrado pelas empresas. Os edifícios ocuparão 40% da área. Procurada, a prefeitura informou que respeitará a decisão da Justiça.
O Batalhão de Choque acompanha o ato, que por enquanto ocorre de forma pacífica. Os manifestantes já receberam de um oficial de justiça a ordem para desocupar o imóvel.
Eles afirmam que deixarão o local assim que a polícia solicitar a saída e garantem que não haverá violência. Dali os manifestantes devem seguir em passeata pelas ruas do centro da capital paulista.
O trânsito permanecia bloqueado na Rua Marquês de Paranaguá, onde fica o portão principal do parque, até por volta das 7h e sem previsão para ser liberado.
Reintegração
A reintegração de posse foi marcada pela Justiça para ser realizada nesta quarta. O terreno é particular, pertence a duas incorporadoras que pretendem construir três prédios no espaço.
A construção dos edifícios foi autorizada pela Conpresp (Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) no dia 27 de janeiro.
Mas a autorização tem restrições: a principal delas é que os prédios não podem ocupar mais do que 40% de todo o terreno. O restante da área deverá ser destinado à construção de um parque com acesso público e administração particular.
O terreno foi tombado em 2004. Nos cerca de 25 mil metros quadrados estão árvores nativas da Mata Atlântica.
Caetano Cury/Rádio Bandeirantes
Caetano Cury/Rádio Bandeirantes