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Com Zico, Águia de Ouro traz o Japão para o Sambódromo

Penúltima escola a entrar no Sambódromo do Anhembi na madrugada deste sábado, dia 14, a Águia de Ouro escolheu o enredo «Brasil e Japão: 120 anos de união» para o Carnaval deste ano, em referência ao tratado de amizade entre os dois paises.

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Ao contrário das outras escolas que optaram por alegorias mais coloridas, a agremiação usou e abusou do azul e branco, suas cores oficiais. «As fantasias, independente do luxo, simbolizaram fielmente o que é dito no enredo. Além disso, o outro ponto positivo é o samba, que não é o melhor, mas está longe de ser o pior, afirmou o comentarista Ronald Gimenez na transmissão da BandNews FM.

Aspectos como a culinária nipônica e costumes, mais que conhecidos dos brasileiros, fizeram parte do desfile.

A agremiação trouxe o ex-jogador Zico, que foi técnico de clubes no país asiático, no último carro alegórico.

A escola percorreu os 530m do Sambódromo em 1h03.

Monja adia retiro para desfilar na Águia de Ouro
Quem passava pelos carros da Águia de Ouro na concentração do Anhembi se deparava com um grupo de pessoas vestidas como se estivessem prontas para uma sessão de meditação – e o odor de incenso reforçava a sensação. Entre elas, todas budistas, estava Monja Coen, líder espiritual da religião, que se preparava para subir no carro sobre as crenças populares do Japão, país que é o enredo da escola.

«É a minha primeira experiência com Carnaval. Fiquei surpresa e honrada com o convite», disse a monja, que garantiu não ter demorado para aceitar o chamado do carnavalesco Cláudio Cebola.

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Para desfilar pela escola, ela teve que adiar o início do tradicional retiro que faz em todos os Carnavais, no templo do bairro do Pacaembu, em São Paulo. «Vamos começar o retiro no sábado à tarde, para quem quer silêncio», disse.

O convite foi feito há cerca de um mês. «Foi o tempo de decorar o samba», diverte-se a monja, que foi aos ensaios e visitou o barracão.

«Foi muito bom conhecer a realidade da escola de samba, um lugar de muito trabalho e esforço. Fui muito bem recebida. Quando cheguei, o buda (escultura colocada no alto do carro) estava deitado. Mas o Cebola fez todo mundo levantar para eu ver. Ficou lindo», conta Coen.

Ela e seu seguidores se prepararam para cantar o samba – ou entoar, como prefere. Mas nada de samba no pé. «Desfilamos sentados, meditando».

Carro made in Japan promete ser polêmica
Um dos carros da Águia de Ouro promete causar polêmica após a apuração – e talvez tenha enchido a cabeça dos jurados de dúvidas. Uma das alegorias, a mais destacada, levava uma enorme escultura feita de papel e madeira, construído com uma técnica japonesa chamada neputa. O curioso é que a parte mais importante do carro não foi feita no barracão da escola, mas na longínqua Gosyoghwara, cidade do norte do Japão.

O nome do artista que fez a obra é conhecido como senhor Fukushi. O autor da enorme escultura, que acompanhava o próprio trabalho no Anhembi, contou que levou seis meses para fazer a obra, construída há cerca de três anos. E era maior do que os 14 metros levados para a avenida.

«Originalmente ela tem 23 metros, mas diminuímos para caber no desfile», contou.

A escultura, que retrata uma espécie de guerreiro, enfrentou saga semelhante aos imigrantes retratados no enredo: viajou de navio até o Brasil, em 15 contêineres de 40 pés.

Mas segundo o artista, sua obra é resistente: ela é feita de papel impermeável, que resiste até mesmo às fortes chuvas paulistanas.

No regulamento, não há menção sobre importação de alegorias. Por isso é improvável que a escola perca pontos por causa da forma como o carro foi montado. Mas a Águia já leva o título informal de alegoria mais falada do primeiro dia de Carnaval em São Paulo.

Carro da Águia de Ouro pode ter enchido cabeça dos jurados de dúvidas | Rômulo Tesi/Band

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