A Justiça Federal do Paraná acatou ontem mais duas denúncias do MPF (Ministério Público Federal) contra investigados na 7ª fase da operação Lava Jato, que investiga um esquema de desvio de recursos na Petrobras.
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As acusações aceitas ontem eram as únicas pendentes de um “pacote” que os procuradores entregaram ao juiz Sérgio Moro na última quinta.
Uma delas incrimina diretores e funcionários da empreiteira Mendes Júnior e a outra faz o mesmo com representantes das construtoras UTC e Camargo Corrêa.
No total, 36 já são réus por participação no cartel que as empresas mantinham para fraudar licitações da estatal ou por lavar dinheiro resultante da corrupção.
Além de diretores de seis empreiteiras (as três citadas ontem mais Engevix, OAS e Galvão Engenharia), serão julgados o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef e outros operadores.
No documento contra a Mendes Júnior, são mencionadas propinas de mais de R$ 8 milhões (que o presidente Sérgio Mendes, assim como os investigados da Galvão Engenharia, alegaram terem pago após serem extorquidos).
No caso da denúncia contra Camargo Corrêa e UTC, são descritos os crimes envolvendo as obras da refinaria Repar (PR) e do Comperj (RJ) e é detalhada a participação da importadora Sanko Sider na lavagem de dinheiro coordenada por Youssef.
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Em aberto
Todas as denúncias já aceitas tratam de crimes ligados à diretoria de abastecimento, comandada por Costa até 2012.Na última terça, porém, os procuradores formalizaram acusação, ainda não aceita, contra o ex-diretor da área internacional da companhia Nestor Cerveró e mais três pessoas ligadas ao setor que atuaria para o PMDB. Segundo o MPF, Cerveró, o lobista Fernando “Baiano” e o executivo da Toyo Setal Júlio Camargo, agiram com Youssef para desviar R$ 140 milhões em propinas durante a compra de dois navios para a Petrobras. Os quatro são citados na denúncia.