Reconduzida na segunda-feira à presidência da CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária), a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) enfrenta a rejeição de trabalhadores rurais sem-terra para ser nomeada ministra da Agricultura. Ontem, um grupo de 60 manifestantes ocupou a entrada do prédio com bandeiras e faixas contrárias às indicações. “Indicar Kátia Abreu é declarar a morte da reforma agrária”, dizia um dos cartazes afixados na entrada.
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A presidente Dilma Rousseff compareceu à posse do terceiro mandato da senadora a frente da entidade, mas não confirmou a nomeação.
“A CNA não é uma casa partidária”, afirmou Kátia Abreu, para negar uso político.
Recado
Antes, Dilma recebeu representantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), no Palácio do Planalto e ouviu queixas. “Demos o recado. Kátia Abreu representa o agronegócio, o atraso, trabalho escravo. E representa, principalmente no seu Estado, a grilagem de terra”, criticou o integrante da direção nacional do MST Alexandre Conceição.
Na reunião, o movimento pediu um plano para 50 mil famílias assentadas no segundo mandato.
Da crítica à amizade
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Primeira mulher no comando da bancada ruralista, Kátia Abreu fez uma transição entre personagem crítica ao governo do PT e uma fiel aliada. No DEM, a senadora fez duras críticas à política de reforma agrária e de meio ambiente. Em 2011, Kátia migrou para o PSD e começou uma aproximação com Dilma, interessada em discutir com o agronegócio. No ano passado, a aliança se consolidou e Kátia foi para o PMDB e passou a fazer elogios públicos à presidente.