
A Justiça Federal acatou nesta segunda-feira as denúncias contra executivos e funcionários das empresas OAS e Galvão Engenharia, denunciados na quinta-feira pelo MPF (Ministério Público Federal) por crimes investigados na operação Lava Jato.
ANÚNCIO
Da OAS, passam a ser réus três diretores e três empregados Pela Galvão Engenharia, o juiz Sérgio Moro aceitou denúncia contra quatro representantes da empresa.
Na sexta, o judiciário já havia aceitado denúncia contra nove pessoas, três das quais ligadas à construtora Engevix. Nas novas ações penais, também são acusados o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef e Waldomiro de Oliveira, que trabalhava com o doleiro.
A justificativa de Moro para aceitar o pedido do MPF é baseada nos indícios de que existia um cartel entre as empresas para decidir as licitações da estatal.
Os procuradores apontaram desvios de quase R$ 30 milhões nos contratos da OAS e R$ 46 milhões na Galvão. Nas operações envolvendo as duas empresas, foram identificados 57 atos de corrupção e 26 operações de lavagem de dinheiro. Entre os novos denunciados ligados às empreiteiras, cinco já estão presos: José Adelmário Pinheiro Filho, Agenor Medeiros, Mateus de Sá Oliveira, José Breghirolli (OAS) e Erton Fonseca (Galvão Engenharia).
Em depoimento à PF, os representantes da OAS optaram por ficar em silêncio. Os executivos da Galvão admitiram terem pago propinas, mas disseram terem sido “extorquidos” pelos operadores do esquema. O juiz Sérgio Moro classificou os argumentos como “inconsistentes”.
MPF denuncia Cerveró, Baiano, Youssef e delator
ANÚNCIO
O MPF (Ministério Público Federal) denunciou à Justiça o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, e mais três investigados, por corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a Petrobras.
Também são citados o doleiro Alberto Youssef e o lobista Fernando Soares (“Baiano”), ambos presos na PF (Polícia Federal) em Curitiba, e o executivo Júlio Camargo, da Toyo Setal, que fez delação premiada em novembro.
O MPF pede que os acusados paguem R$ 296 milhões como devolução à Petrobras, somando as propinas (R$ 140 milhões) e os prejuízos causados à Petrobras (R$ 156 milhões).
Segundo a acusação dos procuradores, os quatro negociaram propinas que totalizaram US$ 53 milhões (R$ 142 milhões) quando a estatal comprou dois navios-sonda (para realizar perfurações em águas profundas) de um estaleiro da coreana Samsung, entre 2006 e 2007.
O MPF afirma que o empreiteiro Júlio Camargo recebia valores da Samsung como “intermediador” do contrato com a multinacional. Em seguida, repassava este dinheiro a “Baiano” em contas bancárias no Uruguai e na Suíça.
Por fim, Youssef e Camargo lavavam a propina para que voltasse “limpa” ao Brasil, por meio de empresas controladas pelo doleiro. De acordo com as investigações da operação Lava Jato, iniciadas em março, o rombo na estatal chegou a R$ 10 bilhões.