
Uma auditoria interna da Petrobras revela graves irregularidades nas licitações das obras da refinaria Abreu e Lima. em Pernambuco. A investigação também indica que os processos de contratação foram feitos com bases em projetos precário e que há indícios de formação de cartel por empreiteiras acusadas na operação Lava Jato.
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No relatório estão citadas seis empreiteiras: OAS, Camargo Corrêa, Odebrecht, Queiroz Galvão Engevix e Iesa. Segundo publicação da Folha de S. Paulo desta segunda-feira, a auditoria foi determinada em abril, depois que o escândalo de corrupção veio à tona, e concluída e anexada às investigações da Lava Jato na última sexta-feira.
Segundo as investigações, as irregularidades foram constatadas também em fases avançadas da obra. Entre julho de 2007 e maio de 2011 os processos licitatórios foram lançados sem as definições totais dos projetos básicos das obras. Isso permitiu questionamentos por parte dos contratados, o que gerou a «necessidade de reajustes de quantitativos».
Estes reajustes encareceram a obra em R$ 4 bilhões. Segundo a auditoria interna da estatal, as empresas foram favorecidas indevidamente.
Também foram constatadas irregularidades entre 23 processos de licitação – sendo que em quatro deles «houve fragilidade na seleção das empresas devido à inclusão, durante os certames de 13 licitantes que não atendiam critérios definidos». Nos contratos de serviços de construção e montagem os certames foram realizados após as empresas apresentarem propostas com preços excessivos, diz reportagem da Folha.
«Estes fatos, associados às declarações do Sr. Paulo Roberta Costa, indicam a possibilidade da existência de um processo de cartelização relativo às empresas indicadas nos processos», diz o texto da auditoria que foi entregue à Lava Jato. Os ex-diretores da estatal Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Pedro Barusco foram responsabilizados pelas irregularidades.