
Incertezas sobre o futuro do programa de intervenções do Banco Central no câmbio e o ambiente externo mais desfavorável levaram o dólar ao patamar de R$ 2,64 pela primeira vez em quase dez anos. A moeda norte-americana subiu nesta quinta-feira 1,34%, a R$ 2,64 na venda, máxima de fechamento desde 1º de abril de 2005, quando ficou em R$ 2,66.
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No turismo, o dólar registrou alta de 2,9%, a R$ 2,75 na venda, segundo informações da “Reuters”.
Dados fortes sobre a economia dos EUA deixaram investidores nervosos. Os pedidos de seguro-desemprego no país caíram em 3 mil na última semana, para 294 mil, ante projeção dos analistas de 300 mil. Já as vendas no varejo subiram 0,7% em novembro, ante previsão de alta de 0,4%.
Os agentes financeiros temem que o Federal Reserve, banco central norte-americano, abandone a promessa de manter os juros quase zerados por um “tempo considerável”, o que tenderia a impulsionar o dólar. A decisão sai na próxima semana.
O mercado de câmbio vive ainda as incertezas sobre a continuidade do programa de atuações diárias do BC no câmbio. Atualmente, o BC oferta diariamente até 4 mil contratos de swap cambial, equivalentes a venda futura de dólares, em programa marcado para durar até pelo menos o fim deste ano.
O BC deu continuidade nesta quinta a essas intervenções, por US$ 197,9 milhões, e também promoveu um novo leilão para rolar os vencimentos de 10 mil contratos de swap previstos para 2 de janeiro de 2015, por US$ 489,8 milhões.
Nesta quinta, após o fechamento do mercado, o BC anunciou que vai oferecer hoje US$ 2 bilhões no leilão de empréstimos de dólares das reservas internacionais. É o dobro do ofertado nas duas operações anteriores realizadas neste mês.