Bush, ex-presidente dos EUA, e seu vice, Dick Cheney | Larry Downing/Reuters
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O ex-vice-presidente norte-americano Dick Cheney disse nesta quinta-feira que seu número um, George W. Bush, estava “totalmente informado” sobre o programa de interrogatórios da CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA) revelado em um relatório do Senado divulgado esta semana. “Ele (Bush) sabia de tudo que ele queria saber e que ele precisava saber”, disse Cheney em uma entrevista à rede de TV Fox News. (Confira o vídeo no fim do texto)
Mesmo admitindo que não havia lido todo o relatório, o vice de Bush disse que o documento é “terrível”, “profundamente falho” e “cheio de porcaria”. Segundo ele, o comitê que preparou o relatório “não se deu o trabalho de entrevistar pessoas-chave envolvidas com o programa”.
“O programa foi autorizado e a CIA não queria atuar sem respaldo legal, portanto ele foi analisado pelo Departamento de Justiça antes de ser colocado em prática”, afirmou, em resposta às alegações do comitê do Senado de que a CIA teria escondido as práticas da administração.
De acordo com Cheney, o programa adotado pela CIA ajudou a salvar vidas e produziram resultados. “O que devemos fazer (com Khaled Sheikh Mohamed, suposto mentor dos atentados de 11 de Setembro)? Beijá-lo nas bochechas e dizer: ‘Por favor, por favor, nos diga o que você sabe?’ Claro que não”, disse.
‘Reconhecemos erros’
Nesta quinta o diretor da CIA, John Brennan, confirmou que as ações da agência eram conhecidas e autorizadas pelo governo. Ele admitiu, contudo, que a CIA não estava preparada para conduzir o programa de detenção de suspeitos de terrorismo.
“Reconhecemos erros, e reconhecemos também que muitas vezes agentes cometeram excessos e usaram técnicas questionáveis que não haviam sido autorizadas”, disse Brennan. “Mas a vasta maioria dos agentes da CIA fez o trabalho que deveria ser feito”.
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EUA fecham prisão no Afeganistão
Os EUA anunciaram nesta quinta o fechamento de um centro de detenção no Afeganistão e disseram não ter mais prisioneiros no país, encerrando um capítulo muito criticado na luta de Washington contra o extremismo islâmico.
Segundo o Departamento de Defesa dos EUA, os últimos detentos que estavam no campo aéreo de Bagram, ao norte da capital afegã, Cabul, foram transferidos. Nesta semana um terrorista do Taleban paquistanês voltou ao seu país.
O local foi fechado na quarta-feira, um dia após um relatório do Senado detalhar abusos em uma prisão secreta da CIA no Afeganistão.
Fechamento previsto
A embaixada dos EUA em Cabul disse que a decisão de fechar a instalação estava ligada ao prazo para encerrar o programa de detenção no Afeganistão neste ano, não ao relatório do Senado.
“O governo afegão será responsável por todos os centros de detenção” a partir de 1º de janeiro, disse um porta-voz da embaixada.
Prisioneiros estrangeiros em Bagram, frequentemente comparada à prisão de Guantánamo, em Cuba, não tiveram direito a julgamentos. Em seu auge, a prisão chegou a ter centenas de detidos.
Um tribunal dos EUA descobriu que dois detentos adultos foram espancados até a morte em Bagram em 2002. O governo dos EUA disse que tais casos de abuso eram raros.