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O anúncio oficial do aumento do preços dos combustíveis gerou burburinho entre os partidos de oposição da presidente Dilma Rousseff (PT). O reajuste, que já havia sido explorado durante a campanha eleitoral, foi criticado pelo PSDB e pelo PPS pelo Twitter.
Presidente nacional do PPS, Roberto Freire disse em seu perfil que «o aumento que Dilma represou pela eleição» foi anunciado. Já o diretório nacional dos tucanos usou de ironia: «Governo autoriza aumento da gasolina e do diesel. Sabe onde está Dilma? No Palácio da Alvorada comemorando a vitória com petistas».
A Petrobras anunciou na noite de quinta-feira o reajuste de 3% no preço da gasolina e de 5% no do diesel nas refinarias e informou que valeria já partir da meia-noite. Esse aumento vinha sendo defendido por economistas há vários meses. Isso porque a Petrobras estaria vendendo combustível para o mercado interno a preços menores que o pago pelo produto importado.
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Poucas horas antes do anúncio, Dilma Rousseff havia concedido entrevista aos principais jornais do país. Ela confirmou que o aumento já estava definido e disse que o reajuste serviria para «repor as perdas do passado».
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«Esse reajuste é para o passado. Para uma parte do passado. Porque vai ter um período agora em que vai ser assim: preço internacional baixo, preço nosso lá em cima. Eu passei 2004, 2005, 2006 e 2007 com essas variações. Às vezes ficava para baixo, às vezes para cima. Só não acho que seja correto querer atrelar ao preço internacional do petróleo o preço do combustível no Brasil», afirmou a presidente reeleita.
Impacto na inflação
A presidente da Petrobras, Graça Foster, havia anunciado inicialmente e de forma extra-oficial que o aumento seria de 8%. O governo, no entanto, optou por diminuir o reajuste – que nos bastidores tem sido chamado de «simbólico» – para evitar que a inflação estourasse a meta do ano.
Especialistas estimam que o impacto do reajuste dos combustíveis seja de 0,11% na inflação. Já na manhã desta sexta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que recuou no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial.
O índice ficou em 0,42% em outubro deste ano. A taxa é inferior às de setembro e a de outubro do ano passado – ambas haviam ficado em 0,57%.
Em março a inflação oficial atingiu o maior patamar do ano, de 0,92%. Apresentou queda até julho e voltou a subir em agosto e setembro.
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