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A Alemanha e o mundo se preparam para comemorar, no domingo, o 25º aniversário da queda do Muro de Berlim. A destruição da estrutura foi um momento histórico que provocou a queda do comunismo, pavimentou o caminho para reunificar as Alemanhas e marcou o início do fim da Guerra Fria. (Confira mais fotos no fim do texto)
Depois de se tornar a quarta maior economia do mundo e a “locomotiva da economia europeia”, a Alemanha se organiza para celebrar o evento que permitiu ao país alcançar sua unificação após a divisão sofrida como resultado da Segunda Guerra Mundial.
Houve mudanças amplas desde quando centenas de pessoas se reuniram com pás e marretas para demolir a barreira que separou a nação por 28 anos e manteve o mundo sob ameaça de guerra.
“1989 tornou-se uma histórica linha divisória entre a era da Guerra Fria e o pós-Guerra Fria”, diz John Feffer, diretor do Foreign Policy in Focus, de Washington, nos EUA. “A queda do Muro permitiu a expansão da UE, o que acelerou a priorização da geoeconomia sobre a geopolítica”.
Expectativas frustradas
Mas apesar das mudanças significativas, a queda também gerou grandes expectativas que ainda não foram cumpridas. “Havia expectativas muito altas a partir de 1989”, lembra Feffer. Acreditava-se “que todas as ditaduras cairiam, os conflitos insolúveis seriam resolvidos, uma economia global mais igualitária seria estabelecida. Todo o dinheiro de gastos militares poderia ser transferido para necessidades humanas. E muitas dessas expectativas ainda não se concretizaram”, afirma. “As guerras não foram embora, muitos ditadores estão no poder. E os gastos militares têm se mantido em níveis muito elevados”, lamenta.
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“O colapso nas relações entre a Rússia e o Ocidente merece ser chamado de uma nova Guerra Fria”, escreveu Robert H. Legvold, professor emérito do Departamento de Ciência Política da Universidade de Columbia.
Em meio à crise, o aniversário pode servir como um lembrete e alerta para os EUA e a Rússia sobre os males que confrontos ideológicos e políticos podem trazer. “Nunca é tarde demais para reiniciar as relações russo-americanas mais uma vez e evitar a intensificação da neo-Guerra Fria que está em desenvolvimento. Mas isso exigiria um novo grande acordo envolvendo Washington, Moscou e Bruxelas”, conclui Feffer.
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