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O Ministro da Saúde, Arthur Chioro, e o secretário da Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, se reuniram neste sábado, dia 11, com a imprensa para falar sobre os próximos procedimentos em relação às possíveis suspeitas de Ebola que possam surgir no país. «Ter o primeiro resultado negativo não pode desarticular a vigilância», afirmou Chioro.
O africano Souleymane Bah, de 47 anos, vindo da Guiné, na África Ocidental, permanece isolado no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro. «Ele apenas apresentou febre depois de sua entrada legal no Brasil, que aconteceu no dia 19 de setembro», explicou Chioro. «É importante lembrar que o Ebola só é transmitido após o surgimento dos sintomas», complementou Jarbas.
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Para o Ministro da Saúde, o fato do Brasil ter vivido uma questão concreta em relação ao vírus serviu como aprendizado para como devem proceder futuros casos suspeitos. «Em nenhum momento colocamos que seria uma possibilidade remota. Avisamos que o risco de transmissão é baixo no Brasil, mas temos ações integradas e respostas em tempo oportuno, mostrando que o Brasil está preparado», disse. «Não foi um teste drive. Objetivamente atuamos e todos os procedimentos foram cumpridos», acrescentou.
Chioro ainda ressaltou que não há necessidade de fechar as fronteiras. «O importante são as informações de cunho da saúde, de onde esse paciente veio, que tipo de sintomas apresentou. Se ele é clandestino ou refugiado, não nos diz respeito. É importante entender que esta medida de controle nos aeroportos não pode se tornar forma de restrição de acesso», reiterou o ministro.
As pessoas que tiveram contato com Souleymane em Cascavel, no Paraná, continuam tendo a temperatura monitorada. Até agora, nenhuma apresentou qualquer sintoma. Caso a doença seja descartada após o segundo exame que será realizado neste domingo, dia 12, o africano será liberado já nesta segunda-feira e seus contactantes terão o monitoramente suspenso.
Na próxima semana, o Ministério da Saúde fará um simulado em uma situação portuária.»Já temos um conjunto de profissionais capacitados nos estados para o manejo de situação de crise. Há um processo em parceria com as Secretarias de Saúde para a capacitação dos profissionais desde a Copa», declarou Jarbas.
Chiori também falou sobre as questões racistas em relação à epidemia na África. «É inaceitável as atitudes racistas que alguns brasileiros têm mostrado com o caso. Achar que Ebola tem alguma coisa a ver com a dimensão racial é inadmissível», concluiu.