A presidente Dilma Rousseff (PT) classificou neste domingo como “banal” e “de fácil detecção” por “quem mexe com estatística” o erro do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na divulgação da PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio) referente a 2013.
O instituto revisou, na última sexta-feira, números divulgados no dia anterior, que apontavam interrupção no processo de queda da desigualdade entre ricos e pobres no Brasil. De acordo com a correção, a tendência de queda não parou.
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O governo já anunciou a formação de duas comissões de sindicância para apurar as responsabilidades sobre o erro.
Dilma não quis apontar culpados, mas também não fez questão de defender a presidente do IBGE, Wasmália Bivar, que já pediu desculpas à sociedade, mas não colocou o cargo à disposição. “Não julgo ninguém antes das provas”, disse a petista, em entrevista no Palácio da Alvorada. “Mas a decisão a respeito do conforto [de não se demitir] é dela, não minha. Mas, se caracterizar qualquer falta, é óbvio que ela não pode ficar”, completou.
A presidente não comentou diretamente as críticas dos adversários da campanha presidencial, como o tucano Aécio Neves, que havia acusado o governo petista de “na ânsia de se manter no poder, não hesitar em colocar em xeque instituições que são guardiãs da memória da sociedade brasileira”.
“Ficamos tão surpresos quanto todo mundo”, disse Dilma, que também negou haver um processo de sucateamento do IBGE e disse que o órgão é independente.
Até dois meses
A criação de duas comissões para investigar o erro foi anunciada pelo governo ainda na sexta-feira. “A comissão tem um prazo para analisar e estabelecer a recomendação ao governo. Só depois disso, o governo tomará qualquer providência. Gostaria de não fazer juízos antecipadamente”, disse a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, em entrevista no sábado.
O prazo para a busca das responsabilidades é de 30 dias, que podem ser prorrogados pelo mesmo período. O resultado, portanto, fica para depois das eleições.
A comissão terá representantes da Casa Civil, dos ministérios do Planejamento e da Justiça e da CGU (Controladoria-Geral da União).