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Juros menores só em 2016, afirma Banco Central

O Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, divulgou nesta quinta-feira a ata da última reunião, ocorrida na semana passada, quando foi decidida a manutenção da taxa Selic em 11% ao ano. Segundo o documento, a Selic deve ser mantida assim durante todo 2015, devendo ser revista para baixo somente em 2016.

“A projeção de inflação para 2014 diminuiu, mas permanece acima da meta. Para 2015, as projeções se mantiveram acima da meta; e, nos trimestres iniciais de 2016, as projeções indicam que a inflação entra em trajetória de convergência”, informa o texto da ata.

Trajetória de convergência significa que o Banco Central espera que em 2016 a inflação volte novamente para perto do centro da meta, atualmente de 4,5%.

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O que é a Selic

A Selic é usada pelo BC como instrumento para controlar a inflação. Quando ele eleva a taxa, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem os empréstimos e estimulam as pessoas a deixarem o dinheiro no banco, em vez de consumirem. O baixo consumo força os preços também para baixo, o que derruba a inflação.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que os empréstimos fiquem mais baratos, com incentivo à produção e ao consumo. Mais consumo leva a preços mais altos e à volta  da inflação.  Quando o Copom mantém a taxa, indica que a alteração anterior foi suficiente para conter os preços  e  ainda evitar uma retração econômica.

O Brasil passa por um momento de pressão inflacionária. Na última sexta-feira (5), o IBGE informou que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor, Amplo) chegou a 6,51% em 12 meses, encerrados em agosto, portanto, 0,01 ponto percentual acima do teto da meta (6,5%). Por outro lado, diversos indicadores apontam para o desaquecimento da atividade econômica, como na indústria e no comércio (ler abaixo).

No momento, o objetivo do BC é deixar os juros como estão. Se baixar a Selic, a pressão inflacionária pode estourar. Se aumentá-la ainda mais, a economia desacelera, e, então, pode chegar a recessão. Assim até 2016.

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