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Abdelmassih morava em mansão no Paraguai e tinha segurança

Roger Abdelmassih foi levado do aeroporto de Congonhas até Tremembé | William Volcov/Brazil Photo Press/Folhapress
Roger Abdelmassih foi levado do aeroporto de Congonhas até Tremembé | William Volcov/Brazil Photo Press/Folhapress

O ex-médico Roger Abdelmassih, de 70 anos, vivia uma rotina tranquila e luxuosa em Assunção, capital do Paraguai.

Segundo a PF (Polícia Federal), Abdelmassih estava ilegal no país, não trabalhava e usava o nome de Ricardo Galeano. Para não levantar suspeita, se apresentava como investidor. A mansão em que ele morava fica em um bairro nobre da cidade, e estava alugada por R$ 10 mil mensais. Foragido há três anos, Abdelmassih morava com a mulher, a ex-procuradora federal Larissa Sacco, e os dois filhos gêmeos de três anos.

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De acordo com a BandNews FM, eles tinham segurança particular, empregada e babá. Vizinhos afirmam que o ex-médico era discreto e frequentava restaurantes caros na região. Na garagem da casa, dois carros, um deles avaliado em R$ 400 mil.

O avião que trouxe o ex-médico pousou na tarde desta quarta-feira no aeroporto de Congonhas, na zona de sul.

Ele passou por exames de corpo delito para então seguir para o presídio Tremembé 2, no interior, onde chegou às 18h40. Em Congonhas, enfrentou vaias de vítimas, que o chamavam de maníaco. Uma delas tentou agredir o ex-médico, mas foi contida pelos policiais.

Segundo o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, Abdelmassih chorou e disse estar arrependido.

O MP (Ministério Público) vai investigar uma possível rede de pessoas que ajudou na fuga e enviava dinheiro ao ex-médico. Eles serão investigados por crimes como falsidade ideológica e material, além de lavagem de dinheiro. A polícia investiga também se ele pagou para obter documento falso em nome de Ricardo Galeano.

Condenado a 278 anos de prisão, Abdelmassih estava foragido havia três anos. Ele foi preso anteontem, em uma operação conjunta das polícias do Brasil e do Paraguai, perto da escola dos filhos.

Mansão em que vivia o ex-médico no Paraguai | Eduardo Anizelli/Folhapress
Mansão em que vivia o ex-médico no Paraguai | Eduardo Anizelli/Folhapress

Capturado foi transferido para o ‘presídio de Caras’

A penitenciária de Tremembé, a 147 km da capital, para onde foi transferido o ex-médico Roger Abdelmassih, é conhecida como o “presídio de Caras”, pelo grande número de famosos que cumprem pena no complexo penitenciário.

Abdelmassih já havia ficado quatro meses preso em Tremembé, em 2009. Na época, ele foi solto graças a um habeas corpus expedido pelo então presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes.

Entre os presidiários de Tremembé estão Lindember Alves, condenado por matar a namorada Eloá Pimentel, Alexandre Nardoni, que matou sua filha Isabella, e os irmãos Cravinhos, que participaram do assassinato dos pais de Suzane von Richthofen.

O jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves, condenado pela morte de Sandra Gomide, sua ex-namorada, também cumpre pena no ‘presídio das estrelas’, assim como Guilherme Longo, padrasto do menino Joaquim, encontrado morto em um rio no fim do ano passado, e o publicitário Eduardo Martins, que confessou ter assassinado o zelador do prédio em que morava.

Até o empresário Marcos Valério, condenado no processo do mensalão, também ficou preso em Tremembé.

Vítimas se consolam em Congonhas | Renato S. Cerqueira/Futura Press
Vítimas se consolam em Congonhas | Renato S. Cerqueira/Futura Press

Mais 26 acusam ex-médico

A polícia vai interrogar o ex-médico sobre mais 26 acusações de estupro feitas por ex-pacientes. Ele também será interrogado sobre o crime de manipulação genética irregular. As 26 novas testemunhas têm histórias semelhantes: todas dizem ter sido molestadas enquanto estavam sedadas. Quatro delas afirmam ter tido problemas na gestação ou má-formação dos filhos depois do tratamento.

Esse será o segundo inquérito por estupro que ele responde. O primeiro resultou na condenação a 278 anos.

Polícia ainda investiga rota de fuga

A polícia tem diversas pistas sobre os locais por onde Roger Abdelmassih passou depois de ter fugido. As principais suspeitas são de que o ex-médico esteve na França e em Mônaco, antes de ser capturado no Paraguai.

Em buscas feitas em uma fazenda de Avaré (SP), onde teria se escondido por um ano, foram encontradas anotações e um sabonete do hotel Le Bristol, de Paris. Uma foto em que o ex-médico está dentro de um cabaret na capital francesa foi enviada à polícia anonimamente. Uma testemunha também diz ter visto Abdelmassih em um cassino de Mônaco.

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