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Forças do governo da Ucrânia retomaram um importante centro ferroviário das mãos de rebeldes pró-Rússia no leste no país, num conflito que deixou cinco soldados mortos e 15 feridos nas últimas 24 horas, disse uma autoridade de Kiev nesta segunda-feira.
Kiev tem intensificado a campanha contra os separatistas apoiados por Moscou e tem feito ganhos regulares de território desde que um avião de passageiros de uma empresa da Malásia foi derrubado em território controlado por rebeldes, em 17 de julho, matando todas as 298 pessoas a bordo.
Tropas do governo agora têm se aproximado de Luhansk, o segundo maior bastião rebelde, e rebeldes declararam um “estado de sitio” em Donetsk, a maior cidade que controlam.
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“Unidades que participaram da operação antiterrorista ontem (domingo) tomaram a cidade de Yasynuvata, que é um centro importante para o sistema ferroviário da região”, disse Andriy Lysenko, porta-voz da operação militar de Kiev no leste do país, em entrevista coletiva.
Separatistas tomaram o centro de controle da ferrovia em Yasynuvata em maio, após a rebelião ter se alastrado pelo leste da Ucrânia. O município fica ao norte de Donetsk, perto de uma ferrovia principal que leva a Luhansk.
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Os combates deixaram Luhansk sem eletricidade ou água corrente, e a rede de telefonia celular também estava fora do ar, disseram representantes locais nesta segunda-feira.
Lysenko também disse que um grupo de soldados ucranianos e guardas de fronteira, que ficaram isolados entre a fronteira russa e os rebeldes pró-Rússia há mais de três semanas, entraram em território russo nas primeiras horas desta segunda-feira.
“Hoje às 4h30 (horário local) uma planejada operação aconteceu para destravar uma unidade militar ucraniana perto de Chervonopartyzansk. Uma grande parte (da unidade) alcançou com sucesso um lugar seguro”, disse Lysenko.
“Parte do grupo de soldados foi para dentro de território russo”, disse ele, acrescentando que Kiev agora tentava negociar a volta deles. Ele se recusou a dizer quantos soldados haviam cruzado a fronteira, mas a esposa de um deles, falando ao canal ucraniano 112 TV, afirmou que eram cerca de 200.
A agência de monitoramento de segurança na Europa, a OSCE, que está facilitando o trabalho de especialistas internacionais que investigam o acidente do Boeing da Malaysian Airlines no local, disse pelo Twitter que mais de 100 especialistas alcançaram a área do desastre com cães de busca, nesta segunda-feira, mas ainda não começariam os trabalhos de recuperação e investigação.
“Eles vão permanecer estacionados, e dependem de mais avaliações de segurança”, disse a Osce.
Rússia anuncia rendição de mais de 400 soldados ucranianos
Mais de 400 soldados ucranianos em missão no leste do país se renderam e foram admitidos em território russo, anunciou uma fonte das forças de segurança de Moscou, uma informação confirmada apenas parcialmente por Kiev e sem o anúncio de um número concreto.
«Os soldados ucranianos solicitaram um corredor humanitário durante a madrugada de segunda-feira na fronteira entre Rússia e Ucrânia», afirmou Vasili Malaev, diretor regional do FSB (Serviço Russo de Segurança), citada pelas agências Interfax e Tass.
«Os guardas de fronteira russos abriram um corredor humanitário e admitiram 438 soldados do exército ucraniano, que entregaram as armas. Entre eles estava um ferido, que foi hospitalizado em Gukovo» (sul da Rússia, perto da fronteira com a Ucrânia), completou Malaev.
Um porta-voz ucraniano procurado pela AFP afirmou, sem divulgar um número, que soldados ucranianos «se viram obrigados a seguir para um posto de fronteira russo depois de uma tentativa de ataque».
«Mas estes soldados não se renderam», afirmou Oleksi Dimitrashkivski, porta-voz da «operação antiterrorista», como denomina o departamento ucraniano responsável pelas operações militares contra os separatistas pró-Rússia no leste do país.
No mês passado, Malaev anunciou a rendição de mais de 40 soldados ucranianos.
As forças ucranianas tentam há várias semanas cortar as linhas entre os redutos insurgentes pró-Rússia de Lugansk e Donetsk, de um lado, e a fronteira Rússia-Ucrânia, do outro, pela qual o governo de Kiev afirma que os separatistas recebem armas e reforços.