A Argentina enfrenta uma corrida contra o tempo nesta quarta-feira para evitar seu segundo default em 12 anos, precisando chegar a acordo com credores até o fim do dia ou conseguir que um tribunal norte-americano conceda mais tempo para tanto.
O ministro da Economia argentino, Axel Kicillof, correu a Nova York na terça-feira para participar das negociações de último minuto, nas primeiras conversas face a face com os chefes dos fundos de Nova York que exigem o pagamento total de títulos que compraram com desconto após o default do país em 2002.
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Kicillof saiu das reuniões na noite de terça-feira afirmando apenas que retomariam as conversas na quarta-feira, mas o mediador Daniel Pollack afirmou que as questões que dividem os envolvidos «continuam sem solução» e que ambas as partes ainda não haviam decidido se haveria reuniões na quarta-feira.
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Mas uma fonte do governo argentino disse nesta quarta-feira que a delegação do país dará continuidade às discussões com Pollack.
A Argentina tem até o fim de quarta-feira (1h da manhã de quinta-feira, no horário de Brasília) para resolver o impasse. Se fracassar, o juiz norte-americano Thomas Griesa não deixará que a Argentina pague o cupom dos títulos renegociados até o prazo de 30 de julho.
O país deve 1,33 bilhão de dólares aos fundos mais juros, mas uma cláusula de tratamento igualitário em acordo que a Argentina fez com credores em 2005 custaria ao país outros bilhões.
A terceira economia da América Latina tem enfrentado há anos os fundos que rejeitaram os termos da reestruturação, mas após exaustar os caminhos legais a Argentina terá de declarar default se não chegar a acordo de último minuto.
De acordo com fontes do setor bancário e a mídia, um grupo de bancos privados na Argentina deve oferecer 250 milhões de dólares como garantia para convencer os principais credores da boa fé do país e convencer Griesa a suspender sua decisão.