Uma escola da ONU na Faixa de Gaza, que recebe pessoas deslocadas pelo conflito, foi atingida nesta terça-feira por disparos israelenses, anunciou a Agência da ONU para ajuda aos Refugiados Palestinos (UNRWA).
Um responsável pela agência informou à AFP que uma equipe da ONU estava na escola localizada no campo de refugiados de al-Maghazi (centro do território) no momento em que disparos de tanques militares atingiram o prédio.
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Secretário-geral da ONU pede fim do conflito
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, pediu hoje (22) o fim do conflito entre israelenses e palestinos e que eles voltem a dialogar.
“Minha mensagem aos israelenses e palestinos é a mesa: parem de brigar. Começem a dialogar. E assumam as causas profundas do conflito para que não voltemos à mesma situação daqui seis meses ou um ano», disse o secretário, ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Tel Aviv.
O secretário-geral está em visita à região. Mais cedo, ele se reuniu com o presidente do Egito, Abdel Fattah Al Sisi.
Ban Ki-moon agradeceu o esforço do governo egípcio para um cessar-fogo em Gaza.
O secretário-geral e o chefe da diplomacia norte-americana, John Kerry, tentam estabelecer um cessar-fogo entre Israel e Palestina, após duas semanas de ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza, que já provocou a morte de 589 palestinos. O conflito resultou também na morte de 27 soldados e dois civis israelenses.
Opinião: Uma chance perdida (Gabriel Toueg – Metro São Paulo)
Enquanto morrerem civis na Faixa de Gaza e enquanto Israel mantiver o bloqueio do território palestino, o país vai seguir perdendo em uma guerra na qual não tem tido sucesso: a guerra da informação.
É verdade que o Hamas, que tomou a Faixa de Gaza à força em 2007, matando mais de 100 partidários do Fatah, do presidente palestino Mahmoud Abbas, dispara mísseis diariamente contra civis israelenses desde então. Diariamente, mesmo. Os moradores das pequenas cidades no entorno da estreita faixa de terra banhada pelo Mediterrâneo vivem sob a tensão de sirenes, correria, abrigos antibomba e uma rotina destroçada. Nenhum país viveria com isso.
Mas Israel criou uma resposta para essa ameaça. Tem um sofisticado sistema que intercepta os mísseis do Hamas, com precisão. Aí reside o motivo do baixo número de mortos do lado israelense antes da incursão terrestre.
Com a população protegida pelo Domo de Ferro, como é chamado o sistema, Israel teve a rara chance de marcar um ponto importante no tabuleiro da guerra da informação. Bastava declarar um cessar-fogo unilateral ou ter aceitado e mantido a trégua proposta pelo Cairo. O Hamas não cessaria os disparos, mas eles seriam inócuos. O mundo veria isso.
Ao dar a partida nos tanques e começar a operação por terra, tudo fica mais difícil e mais caro. Há mais mortes, dos dois lados, muitas delas injustificáveis. Os mísseis continuam, como continuariam. E Israel perde a chance de ouro de lançar um acordo com o partido de Abbas, o que enfraqueceria o Hamas ainda mais. Preferiu-se a lógica insana da guerra.
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