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Passagem e hotel sobem mais de 20% e contribuem com a inflação

Alta nos preços de passagem de avião e hospedagem impede queda maior da inflação em junho | Luiz Guarnieri/Folhapress
Alta nos preços de passagem de avião e hospedagem impede queda maior da inflação em junho | Luiz Guarnieri/Folhapress

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A inflação oficial ficou em 0,4% em junho deste ano, inferior à alta de 0,46% registrada em maio. A desaceleração do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) só não foi maior devido aos aumentos de preços de serviços relacionadas à Copa do Mundo.

O grupo que mais contribuiu para a queda da inflação em junho foi o de alimentação e bebidas, com deflação de 0,11% no mês, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísica). Por outro lado, os preços das passagens aéreas (21,95%) e as diárias de hotéis (25,33%) pesaram no indicador do mês passado. Sozinhos, esses dois serviços foram responsáveis por metade da alta do IPCA.

Os maiores reajustes nas passagens aéreas ficaram com Salvador (37,39%) e Rio de Janeiro (33,83%). Para as diárias de hotéis, Rio e Fortaleza lideraram as altas, com taxas de 43,52% e 41,59%, respectivamente.

“Sem dúvida há um efeito da Copa que não permitiu que a sazonalidade favorável da inflação provocasse desaceleração maior no meio do ano. Mas acho que não dá para ficar atribuindo o problema da inflação alta somente a isso”, afirmou à “Reuters” o estrategista-chefe do banco Mizuho, Luciano Rostagno.

Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 6,52%, acima dos 6,37% relativos aos 12 meses imediatamente anteriores. A meta de inflação do governo este ano é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para baixo ou para cima. Portanto, o resultado em 12 meses ficou acima do limite superior da meta (6,5%).

Apesar do nível ainda alto da inflação em 12 meses, o Banco Central vem defendendo que os efeitos do aperto da política monetária ainda vão se materializar. O BC prevê o IPCA fechando este ano com alta de 6,4%, enquanto os economistas projetam 6,46%.

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O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, minimizou o resultado de junho. “A inflação vem caindo desde março. São três meses consecutivos de baixa, agora, com deflação (-0,11%) no grupo de alimentação e de bebidas”, disse.

Segundo o secretário, a variação de índices deve-se a acontecimentos sazonais, como antecipação de férias, quando despesas pessoais oscilam mais. Ele ressaltou, porém, que tais fatores tendem a se dissipar nos meses seguintes.

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